Chefias de espionagem de todo o mundo reuniram-se num conclave secreto em Singapura

How Hwee Young / EPA

Já não é a primeira vez que o Governo de Singapura promove uma reunião entre as principais agências de inteligência do mundo, mas os encontros eram desconhecidos até agora.

Responsáveis de topo das maiores agências de inteligência do mundo estiveram numa reunião secreta em Singapura durante o último fim de semana.

Segundo a Reuters, estas reuniões já acontecem há vários anos e são organizadas pelo governo de Singapura, mas eram desconhecidas. Estiveram presentes representantes dos Estados Unidos, da China e da Índia, por exemplo.

“A reunião é uma data importante na agenda sombra internacional. Dado o leque de países envolvidos, não é um festival de artesanato, mas sim uma forma de promover um entendimento mais profundo sobre intenções e objetivos. Existe um código tácito entre os serviços de inteligência que eles podem falar quando a diplomacia mais formal é mais difícil — é um fator muito importante em tempos de tensão, e o evento de Singapura ajuda a promover isso“, relata uma fonte.

Um porta-voz do Ministério da Defesa de Singapura refere que o Governo “pode facilitar algumas destas reuniões bilaterais ou multilaterais” à margem do encontro de Shangri-La. “Os participantes consideram estas reuniões benéficas“, acrescenta.

Para além da aliança Cinco Olhos entre os EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, que consiste num acordo para a partilha de informações de inteligência, são raros os relatos públicos de reuniões entre agências.

A guerra na Ucrânia e o crime transnacional foram dois dos temas abordados na reunião, apesar de não estar presente nenhum representante da Rússia. Uma fonte garante que o tom da reunião foi de cooperação e não de confronto.

Na reunião principal, mais de 600 delegados de 49 países realizaram três dias de sessões plenárias, bem como reuniões bilaterais e multilaterais à porta fechada no extenso hotel Shangri-La.

As declarações de Li Shangfu, Ministro da Defesa da China, foram algumas das mais faladas da reunião. O responsável chinês deixou vários recados contra a ingerência dos Estados Unidos noutros países e contra a imposição unilateral de sanções, alertando contra o “desastre insuportável” que seria um conflito entre Pequim e Washington.

ZAP //

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