O cérebro também é uma zona erógena — e podemos treiná-lo para chegarmos ao orgasmo

Ares Tavolazzi / Flickr

Um estudo debruçou-se sobre uma mulher que consegue atingir o orgasmo apenas com a mente e estendê-lo até aos 10 minutos, após anos de prática de yoga tântrico.

É caso para dizer que a termo “estímulo mental” ganhou outro significado. Uma mulher de 33 anos que sofre de vaginismo — uma condição que faz com que o pavimento pélvico se contraia e que torna as relações sexuais muito dolorosas — conseguiu treinar-se para ter um orgasmo espontâneo usando apenas a sua mente.

Este caso intrigou tanto os cientistas que decidiram estudá-lo numa investigação publicada na Sexual Medicine. No caso das mulheres, a maioria dos orgasmos são alcançados através do estímulo das zonas erógenas e aparentemente, o cérebro também pode ser pertencer a este grupo.

Durante o sono, por exemplo, podemos chegar ao orgasmo apenas devido aos nossos sonhos e sem qualquer estímulo físico, havendo pessoas a quem isto também acontece quando estão despertas.

Estes “orgasmos-fantasma” são mais comuns entre homens e mulheres paraplégicos, mas é possível qualquer um de nós treinar o cérebro neste sentido. Já outros estudos  mostraram que o yoga e a meditação tântrica ajudam a melhorar a excitação sexual e  na busca pelos orgasmos ao darem se focarem na ligação entre o corpo e a mente.

A mulher em causa é um exemplo disto, já que praticou yoga tântrico durante 10 anos e aprendeu a treinar a sua postura e técnica de respiração e também fez exercícios dedicados ao pavimento pélvico e para libertar “a vergonha e a culpa”. Agora, consegue não só chegar ao orgasmo só usando a mente como também controlar a sua duração, que se pode estender até aos 10 minutos.

O estudo pôs esta sua capacidade ao teste com uma experiência onde a mulher ficou deitada numa mesa de exame e teve chegar ao orgasmo — ou apenas com a mente ou através da masturbação — e estendê-lo durante cinco ou 10 minutos. Como controlo, a mulher também teve de ler um livro durante 10 minutos.

Os investigadores conseguiram saber se a mulher estava a ter um orgasmo devido à presença superior da hormona prolactina na corrente sanguínea, que está associada ao prazer sentido. Os níveis de prolactina aumentaram 25% após cinco minutos de orgasmo “mental” e 48% após 10 minutos também de um orgasmo “mental”.

Os valores eram semelhantes aos alcançados com um orgasmo conseguido com a masturbação. Já ler não mexeu nestes níveis de forma alguma. No entanto, os especialistas notam que a mulher afirmou sentir menos intimidade emocional com os orgasmos “mentais”, com o toque a ser melhor nesse aspeto.

Adriana Peixoto, ZAP //

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