O centro metálico do planeta Terra, localizado a 3000 quilómetros abaixo da superfície, contém também silício, um elemento químico comummente encontrado em meteoritos rochosos.
A descoberta, obtida em condições extremas recriadas através de técnicas laboratoriais avançadas, apoia uma teoria que sustenta que a formação da Terra há 4.500 milhões de anos foi impulsionado por interações entre meteoritos rochosos e ricos de ferro no interior de uma nuvem de poeira e gás. Esta enorme nuvem de material terá também formado o Sol, tal como observa a agência Europa Press.
Volvidos mais de 60 anos de investigação, notam os cientistas, a composição química do núcleo da Terra é ainda pouco conhecida. Estudos anteriores concluíram que o núcleo do nosso planeta é composto por uma liga de ferro e níquel, embora se acredite que existam outros elementos presentes.
As conclusões da presença do novo elemento são de uma equipa de cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, que atingiu o feito inserindo pequenas misturas de ferro, níquel e silício num dispositivo conhecido como célula de bigorna de diamante (CBD). Este aparelho é capaz de recriar pressões e temperaturas extremas de planetas.
Os procedimentos experimentais, cujos resultados foram agora publicados na revista Earth and Planetary Science Letters, foram levados a cabo no Deutsches Elektronen-Synchrotron, na Alemanha, e no European Synchrotron Radiation Facility, na França.
“A natureza do núcleo da Terra é a chave para compreender uma série de processos que operam no planeta. As nossas descobertas são um passo importante para entender como é que o planeta foi formado e como pode evoluir no futuro”, rematou Tetsuya Komabayashi, da Escola de Geociências da Universidade de Edimburgo, em comunicado.