O líder do CDS encerrou, este domingo, a escola de quadros da Juventude Popular, que decorreu deste sexta-feira em Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro, momento que assinalou também a rentrée política do partido.
“Este novo Partido Popular quer ser útil a Portugal e aos portugueses, pretende pensar o país à direita, dispensando estas histerias de nichos à volta do radicalismo e do extremismo”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, numa indireta ao Chega, citado pela rádio Renascença.
“Se não nos encarregarmos de escrever a história da direita em Portugal, outros o farão por nós. Porventura findos da franja dos populismo e da área do protesto”, alertou, citado pelo Jornal Económico.
Além das críticas ao partido de André Ventura, o centrista também não poupou o PS e o PSD, dizendo que o CDS tem de ser um “travão ao bloco central” e “resgatar Portugal da ditadura dos interesses”.
“De cada vez que o bloco central engorda, a nossa democracia emagrece. Foi assim na eliminação dos debates quinzenais, está a ser assim com a distribuição dos lugares nas CCDR por todo o pais, foi assim que tentaram eliminar as reuniões do Infarmed e foi assim que limitaram a democracia participativa nas candidaturas independentes a nível local.”
As críticas também atingiram o PCP, sobretudo a recente Festa do Avante, tendo elogiado a forma como decorreu a escola de quadros da JP.
“Isto não é um ajuntamento na Quinta da Atalaia, isto é a escola de quadros, sob fortes medidas restritivas, respeitando os sacrifícios dos portugueses e provando que é possível em tempos de pandemia fazer política com responsabilidade e sentido social”, afirmou.
No mesmo discurso, que marcou a rentrée política do partido, o líder do CDS voltou a exigir a demissão da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, a quem chamou “ministra da insensibilidade social”.
“Se o vírus é uma ameaça à saúde dos idosos, também é verdade que esta incompetência do Governo manifesta-se como altamente perigosa“.
CDS quer melhorar resultados nas eleições dos Açores
As eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que se disputam a 25 de outubro, vão ser uma “prova de vida” para o partido e o objetivo do líder é “consolidar o CDS como terceira força política”, afirmou também Francisco Rodrigues dos Santos.
Este desafio vai “embalar o CDS para uma cadeia de crescimento sustentável, provando que à medida que uns celebram” sondagens, os centristas vão “celebrar resultados”.
Com o líder do CDS/Açores e candidato, Artur Lima, presente na sala, o presidente do CDS defendeu que os democratas-cristãos podem “ser a mudança” neste arquipélago.
“Um voto no CDS nos Açores significa um voto no único partido que consegue tirar a maioria absoluta ao PS” e pode evitar “que os extremismos tenham lugar no Parlamento açoriano”, frisou.
Já nas eleições autárquicas do próximo ano, Francisco Rodrigues dos Santos quer “somar autarcas, se possível presidentes de câmara, garantir e reforçar as maiorias daquelas câmaras que são presididas pelo CDS e em política de alianças, onde estão a funcionar e bem, permitir que o CDS garanta a renovação dos seus mandatos, conquistar novos e reforçar a sua malha territorial de autarcas de norte a sul e ilhas”.
“Somos um partido que quer evidentemente disputar eleições com bons resultados, queremos satisfazer as ambições do nosso partido em eleições mas queremos governar para as próximas gerações”, frisou.
Virando-se para dentro, o presidente do CDS assinalou que “o sucesso” do partido “dependerá da direção, mas sobretudo de cada um dos dirigentes e militantes do CDS”, que apelidou de “os cerca de 40 mil porta-vozes” e “embaixadores” centristas a nível local.
ZAP // Lusa