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Catar 1-3 Portugal | Lusos vencem mas voltam a não convencer

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Paulo Novais / Lusa

Portugal não foi brilhante, mas conseguiu um triunfo justo e moralizador diante do Catar, no último teste antes do embate ante o Azerbaijão.

Numa estreia de sonho para Otávio, que marcou na estreia com as cores das quinas, os comandados de Fernando Santos sentiram dificuldades em travar a velocidade furiosa do adversário, que dominou a fase inicial da partida.

A partir do momento em que o Engenheiro alterou o sistema táctico – 1x4x3x3 para um 1x4x4x2 em losango -, a turma nacional passou a controlar as incidências, teve outra capacidade para gerir os ritmos na zona intermédia e marcou dois tentos num curto espaço de tempo com a assinatura de André Silva e do “rookie” Otávio.

No espaço de dois minutos, entre os 23′ e os 25′, Portugal fez os primeiros remates no encontro, demonstrou uma eficácia de 100% e ganhou uma almofada confortável de 2-0, graças ao acerto de André Silva e do “novato” Otávio.

Hassan encurtou distâncias, mas Bruno Fernandes dissipou as dúvidas.

A somar a tudo isto , após um período de domínio total do opositor que chegou a atirar uma bola ao ferro (9’) e a rondar a baliza de Anthony Lopes em diversas ocasiões, os lusos ganharam um novo fôlego, estiveram próximos do terceiro tento (27′,35 e 37′) e ainda ficaram com mais uma unidade, fruto da expulsão do guarda-redes Barsham.

Otávio foi a unidade em foco nos primeiros 45 minutos com dois remates, um golo, seis passes valiosos e dois super aproximativos.

No recomeço, João Mário, com a baliza à mercê, atirou por cima. Três minutos volvidos, na sequência de um canto, o Catar reduziu distâncias por intermédio de Abdelkarim Hassan, num lance em que a marcação nacional chumbou no teste.

A dois minutos dos 90, o “suplente” Bruno Fernandes não vacilou e, da marca dos 11 metros, fechou as contas do duelo no Nagyerdei Stadion em Debrecen. Portugal venceu, mas voltou a não convencer e saiu deste teste com um satisfaz mais.

Melhor em Campo

Estreia de sonho do médio do FC Porto com as cores portuguesas. Otávio não fugiu das responsabilidades e foi dos primeiros jogadores a tentar remar contra a maré “catari”.

Com personalidade e qualidade, foi autor do 0-2, ao todo rematou ao alvo em duas ocasiões, foi o elemento em todo o jogo com mais passes valiosos (16), desperdiçou apenas quatro dos 87 passes feios, teve 100 acções com a bola (outro máximo), gizou nove passes aproximativos (marca que mais ninguém atingiu), três passes super aproximativos, sete acções com a bola na área contrária e alcançou três desarmes.

Não fossem os três maus controlos e a nota seria ainda mais elevada. Por tudo isto, Otavinho foi o MVP com um GoalPoint Rating de 8.3.

Destaques do Catar

Pedro Correia 6.2 – O lateral-direito que nasceu em Portugal, mas que veste as cores do Catar, fez uma exibição de encher os olhos com um remate, um passe valioso, dois dribles eficazes em três tentados, dois duelos aéreos ofensivos ganhos em três em que participou, quatro alívios e três faltas sofridas.

Hassan 5.9 – O “guardião” suplente realizou três intervenções de elevado grau de dificuldades e apenas a precisão de Bruno Fernandes impediu que tivesse uma nota mais alta.

Destaques de Portugal

Bruno Fernandes 7.3 – Em 32 minutos soltou o “grito do Ipiranga” com quatro remates, um golo, três passes para finalização, sete passes valiosos, sete passes aproximativos, cinco super aproximativos e 39 acções com a bola.

João Moutinho 6.4 – Boa exibição do médio, que é um elemento importante nesta selecção. Ganhou protagonismo com a mudança de esquema táctico. Concluiu os 58 minutos de acção com dois remates fora da área, oito passes valiosos e dois passes/cruzamentos bloqueados.

Gonçalo Guedes 6.3 – Voltou a aproveitar a oportunidade concedida, dando velocidade, verticalidade e imprevisibilidade ao futebol nacional. Ofereceu o golo a Otávio, além da assistência sofreu a falta que resultou na expulsão de Barsham. Realce para os 11 passes valiosos realizados, 11 super aproximativos recuperados (máximo), oito acções com o “esférico” na área contrária e sofreu quatro faltas.

André Silva 6.2 – Mais uma unidade que aproveitou a titularidade para reivindicar mais minutos de qualidade. Inaugurou a contenda, saiu de cena com quatro remates e o máximo de dez acções com a bola na área adversária.

Danilo Pereira 6.2 – Primeiro como central e depois como médio mais recuada, destacou-se no capítulo do passe: seis longos certos em sete tentados e duas conduções aproximativas. A rever: os três desarmes sofridos.

Rúben Neves 6.2 – Esteve em bom plano com um remate, quatro passes valiosos, oito longos certos em outros tantos feitos, seis aproximativos e três variações de flanco concluídas com êxito.

Nélson Semedo 5.9 – Sentiu dificuldades na fase inicial, foi pelo corredor dele que o Catar chegou com perigo à área lusa, melhorou com a passagem dos minutos. Destaque para os oito passes valiosos feitos, sete acções com a bola na área adversária e duas acções defensivas no meio-campo adversário.

Domingos Duarte 5.7 – Foi umas das múltiplas novidades no “onze”. O central do Granada acertou 70 dos 73 passes realizados (96% de eficácia), registou dois dribles eficazes e recuperou a posse cinco vezes.

João Mário 5.6 – Actuando nas costas dos dois avançados, esteve mais dinâmico. Desperdiçou uma ocasião flagrante (58′), mas foi importante na reacção lusa com a assistência para o golo de André Silva. Fez ainda dois remates, nove passes valiosos e recebeu seis aproximativos.

Trincão 5.6 – Esteve ligado à corrente nos 23 minutos em que actuou, com um remate, quatro passes valiosos, três acções na área contrária e deu outra imaginação às investidas atacantes.

Anthony Lopes 5.5 – Na fase de maior aperto, respondeu presente com duas excelentes intervenções (16′ e 39′). Sem culpas no golo sofrido.

Nuno Mendes 5.4 – Demorou a aquecer – dez perdas da posse e dois dribles consentidos -, mas melhorou e foi a tempo de fazer três passes valiosos, quatro passes aproximativos, outros tantos super aproximativos recebidos e cinco acções na área contrária.

Resumo

2 Comments

  1. Pronto, descobriram um ronaldex chamado Otávio e consideraram-no o melhor do jogo! Não me parece que este Otávio seja já um titular da seleção. Bom jogador? Sem dúvida. Aguardemos para ver.

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