As autoridades canadianas anunciaram esta segunda-feira o envio de uma equipa psiquiátrica de emergência para uma comunidade indígena isolada, para lidar com uma série de tentativas de suicídio.
A intervenção é esperada em Attawapiskat, uma comunidade isolada de duas mil pessoas nas margens da Baía de James, no distrito de Kenora (nordeste da província de Ontário), depois de 11 residentes terem tentado matar-se apenas nos primeiros nove dias do mês abril.
Segundo as autoridades da pequena vila indígena, houve em Attawapiskat cerca de cem tentativas de suicídio nos últimos seis meses, entre pessoas dos 11 aos 71 anos, com a taxa de tentativas de suicídio a acelerar no início de abril.
De acordo com relatos locais, 28 pessoas da aldeia de Attawapiskat tentaram suicidar-se apenas em março, um número que sobe para 101 no total desde setembro do ano passado, quando cinco raparigas da comunidade tomaram uma overdose de medicação.
Destas dezenas de tentativas de suicídio, apenas uma menina de 13 anos conseguiu levar a cabo a tarefa de tirar a própria vida.
O chefe da comunidade de Attawapiskat, Bruce Shisheesh, afirma que a causa da proliferação de tentativas de suicídio remete a problemas como habitação (com até 15 pessoas a viver na mesma habitação), o bullying, dependência de drogas e os impactos negativos do abuso físico e sexual, que levaram a altos níveis de depressão entre a população de Attawapiskat.
A revista Atlantic relata que Attawapiskat tem alto níveis de pobreza. Há cinco anos, a cidade foi notícia porque a falta de opções de habitação forçou algumas famílias a viver em roulotes e tendas sem aquecimento.
Em 2013, a chefe da aldeia na altura, Theresa Spence, fez uma greve de fome de seis semanas a pedir mais ajuda ao Governo e para forçar as autoridades canadianas a negociar com os líderes indígenas.
Em março, cinco adolescentes e a mãe suicidaram-se na comunidade de Pimicikamak, a cerca de 500 quilómetros a norte de Winnipeg, a cidade com mais indígenas do Canadá, localizada na região central, na província de Manitoba.
A ministra canadiana com a pasta das comunidades indígenas, Carolyn Bennett, defendeu “uma estratégia de longo prazo” para providenciar melhor educação, habitação e recursos para a cultura nativa e dar “esperança às crianças”.
Já o primeiro-ministro, Justin Trudeau, descreveu a situação como “devastadora”. ”Vamos continuar a trabalhar para melhorar as condições de vida dos povos indígenas”, publicou o chefe de Governo no Twitter.
Os povos ameríndios do Canadá somam 1,4 milhões de pessoas e representam quase 5% da população.
Esta população tem os mais altos níveis de pobreza, assim como a expectativa de vida mais baixa do país, e também é mais propensa a ser vítimas de crimes violentos, além de serem mais vulneráveis a problemas de vícios e prisão.
O suicídio é a principal causa de morte entre jovens indígenas e adultos até 44 anos, de acordo com a Health Canada. Os indígenas no Canadá são cinco a seis vezes mais propícios a tirar a própria vida, por comparação aos jovens não-indígenas.
De acordo com a Atlantic, estas estatísticas são semelhantes à da população de nativos norte-americanos. Cerca de um quarto das crianças indígenas vive em pobreza, e os altos níveis de dependência de substâncias conduzem a que, entre os adolescentes norte-americanos, os índios registem a mais alta taxa de suicídios.
AF, ZAP / SN
É o resultado do bom tratamento que os outros canadianos (os que se apoderaram do país!) dão os verdadeiros canadianos (que são os indígenas)!!
Assim como os EUA ou a Austrália fizeram/fazem… tudo gente civilizada e exemplar!
Sim e não esqueçamos a Europa, em que toda a sua riqueza provem
da pilhagem que fez ao longo de séculos a outros continentes…
A história dos Países ricos é muito bonita… a contada nas escolas…
A história real foi bem diferente!!!
Por isso, qualquer “Ser” que nasce (seja em qualquer ponto do Planeta),
tem direito ao seu quinhão, independentemente do que os que já cá estão
reclamarem como seu!!!
Bem… como não percebeste nada, tenta outra vez!!