Campanha na IL? Onde?

Manuel de Almeida / Lusa

Carla Castro, deputada da Iniciativa Liberal e candidata à liderança do partido

Rui Rocha e Carla Castro são candidatos à presidência da Iniciativa Liberal. Mas “têm de se esforçar mais um bocadinho”.

A Iniciativa Liberal (IL) vai ter um novo presidente, ou nova presidente, depois da saída de João Cotrim de Figueiredo.

A sétima Convenção Nacional do partido vai ser realizada nos dias 21 e 22 de Janeiro, em Lisboa.

Há dois candidatos: Rui Rocha e Carla Castro. Rui foi apoiado publicamente por Cotrim, enquanto Carla tem apoio de outros elementos, das bases da IL.

Isto é o que se sabe, há quase dois meses – mas pouco tem sido mostrado pelos dois candidatos.

O jornalista Miguel Santos Carrapatoso até começou por perguntar, na rádio Observador: “Campanha? Qual campanha?”.

“Alegadamente está a decorrer uma campanha. Mas até agora não foi possível distinguir os candidatos: o que querem para o partido, o que querem para o país…”, começou por descrever.

Esta campanha discreta é habitual noutros partidos mas “num partido que se diz tão ideológico, que liga mais às ideias do que às pessoas, mais às ideias do que aos cargos…”.

A campanha “vai-se arrastando” e, para já: “Não tivemos nada que se pareça com ideia concreta para partido e país”.

O editor de política no jornal Observador citou uma recente entrevista de Rui Rocha, mas mais uma vez ficaram ideias por esclarecer.

“Não se percebe muito bem o objectivo da entrevista. Garante que é candidato da continuidade, que quer respeitar as coisas boas de Cotrim, como a comunicação do partido. Mas quando se esperava que desse mais qualquer coisinha, ficou-se por ali”.

“O grande trunfo que Rui Rocha trouxe para esta entrevista é que vai preservar a grande capacidade de comunicação criativa e audaz da Iniciativa Liberal – mas isso não chega”, avisou.

Já em relação a Carla Castro, “tem tido várias oportunidades de dizer o que quer fazer, mas não diz muito mais. Diz que quer tornar o partido mais aberto, dizendo que os adversários são demasiado fechados nas suas cúpulas”, descreveu

Em resumo: um candidato fala da comunicação, outra candidata quer tornar o partido mais aberto. “Isto é muito pouco, para um partido que diz que quer ser diferente e alternativa real ao Partido Socialista”, completou Miguel Santos Carrapatoso.

Além disso, horas antes dessa entrevista de Rui Rocha ao jornal Público, João Cotrim de Figueiredo apareceu noutra entrevista, no Correio da Manhã: “Estava a ofuscar o seu possível herdeiro”.

“Se a IL quer ser encarada como partido diferente dos outros, tem de se esforçar mais um bocadinho. Tem tempo até às eleições mas os sinais não são muito animadores”, criticou Miguel.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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