Calor de rachar no México: macacos bugios caem das árvores

A onda de calor que se faz sentir no México está a fazer com que os macacos bugios caiam das árvores. No dia 9 de maio, pelo menos nove cidades mexicanas bateram recordes de temperatura, com a Cidade Victoria, a registar 47ºC.

Normalmente bastante intimidantes, os macacos-uivadores são musculados e alguns podem atingir 90 centímetros de altura, com caudas igualmente longas.

Alguns machos pesam mais de 13,5 quilogramas e podem viver até 20 anos. Com grandes mandíbulas, são sobretudo conhecidos pelos seus rugidos de leão, que não correspondem ao seu tamanho.

Pelo menos 138 destes primatas foram encontrados mortos no estado de Tabasco, na Costa do Golfo, desde 16 de maio— outros foram resgatados por moradores, incluindo cinco que foram levados para um hospital veterinário.

“Chegaram em estado crítico, com desidratação e febre. Estavam tão moles como toalhas. Foi uma insolação”, explica Sergio Valenzuela ao HuffPost.

A vaga de calor que se faz sentir no México está associada à morte de, pelo menos, 26 pessoas desde março, mas os veterinários e as equipas de salvamento afirmam que matou dezenas e talvez centenas de macacos bugios.

Na sexta-feira, na cidade de  Tecolutilla, no estado de Tabasco, começaram a ser encontrados macacos mortos. Para a população deste estado mexicano, o bugio é uma espécie emblemática; os habitantes locais dizem que os macacos lhes dizem as horas do dia uivando ao amanhecer e ao anoitecer.

O calor elevado, a seca, os incêndios florestais e o abate de árvores privam os macacos de água, sombra e dos frutos que comem, embora que ainda não se pode excluir a existência de um agente patogénico, doença ou outro fator.

“Estavam num estado de desidratação grave e morreram numa questão de minutos”, afirma o biólogo Gilberto Pozo, citado pela agência Lusa.

Segundo Pozo, a população local tem tentado ajudar os macacos que aparecem nas suas quintas. No entanto, alerta o biólogo, pode ser perigoso transporta-los para casa, porque os animais domésticos têm agentes patogénicos que podem ser potencialmente fatais para os bugios.

A equipa de Pozo construiu estações especiais de recuperação para macacos e está a tentar organizar uma equipa de veterinários especializados, para dar aos primatas os cuidados de que necessitam.

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