Homem morreu afogado dentro do Jeep. Acusação alega que Google sabia há cinco anos que a ponte estava interrompida, mas que nunca atualizou o GPS.
O Google está a ser processado por negligência pela família de um homem que caiu de uma ponte desabada enquanto seguia as indicações do Google Maps, avança a Sky News esta quinta-feira.
A família de Philip Paxson acusa a gigante tecnológica de negligência, alegando que tinham sido informados de que a ponte tinha desmoronado há cinco anos mas que nunca atualizaram o seu sistema de navegação.
O vendedor de dispositivos médicos e pai de dois filhos afogou-se já em setembro do ano passado, após o seu Jeep ter caído em Snow Creek, Hickory, na Carolina do Norte, de acordo com o processo divulgado esta terça-feira.
Como se pode ver no vídeo abaixo, o local já estava há dois anos em péssimo estado, devido a inundações.
O falecido passou por um bairro desconhecido, quando o Google Maps o terá orientado a atravessar a ponte desabada.
“As nossas filhas perguntam como e por que razão o pai delas morreu, e eu estou sem palavras que elas possam compreender porque, como adulta, ainda não consigo perceber como os responsáveis pelas direções GPS e pela ponte podem ter agido com tão pouco respeito pela vida humana,” disse a esposa, Alicia Paxson.
A polícia que encontrou o corpo de Paxson, que estava no automóvel capotado e parcialmente submerso, disse não haver barreiras nem sinais de aviso ao longo da estrada desmoronada. A vítima terá conduzido para fora de uma borda desprotegida e caído cerca de 6 metros abaixo, de acordo com o processo.
A Patrulha Estatal da Carolina do Norte afirmou que a manutenção da ponte não era feita por autoridades locais ou estaduais e que a empresa do construtor original tinha sido dissolvida. O processo menciona várias empresas privadas de gestão de propriedades que alega serem responsáveis pela ponte e pelo terreno adjacente.
Google Maps foi notificado, mas não tomou medidas
Várias pessoas notificaram o Google Maps acerca do desmoronamento nos anos que antecederam à morte de Paxson, bem como pediram à empresa para atualizar as suas informações de rota, segundo o processo.
O processo judicial inclui registos de email de outro residente de Hickory que tinha usado a funcionalidade “sugerir uma edição” do mapa em setembro de 2020 para alertar a empresa de que estava a direcionar condutores para a ponte desmoronada.
Um email de confirmação de novembro de 2020 do Google confirma que a empresa recebeu o seu relatório e estava a analisar a alteração sugerida, mas o processo alega que o Google não tomou mais nenhuma medida.
“Temos as mais profundas simpatias pela família Paxson”, disse o porta-voz do Google, Jose Castaneda, à Associated Press.
“O nosso objetivo é fornecer informações de rota precisas no Maps e estamos a analisar este processo”, rematou.