Uma equipa de cientistas descobriu um enorme buraco negro, conhecido como ASASSN-14li, a girar, pelo menos, a metade da velocidade da luz. As “migalhas” que sobraram de uma das suas refeições mais recentes permitiram aos investigadores calcular a sua taxa de rotação.
“O horizonte de eventos deste buraco negro é cerca de 300 vezes maior do que o da Terra. No entanto, o buraco negro gira tão rápido que completa uma rotação completa em cerca de dois minutos, comparativamente com as 24 horas que nosso planeta demora para girar”, explicou um dos autores do estudo, Ron Remillard, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), citado em comunicado.
O ASASSN-14li foi descoberto em novembro de 2014, depois de ter destruído uma estrela nas suas proximidades, tal como mostra a ilustração acima. O evento dramático causou um flash de luz brilhante, detetado por um sistema de telescópios óticos chamado de All Sky Automated Survey for Supernovae (ASAS-SN), um projeto internacional.
Localizado no coração de uma galáxia a 290 milhões de anos-luz da Terra, o buraco negro possui entre 1 milhão e 10 milhões de vezes a massa do sol. É tão robusto quanto o buraco negro que mora no núcleo da Via Láctea, conhecido como Sagitário A*, que contém cerca de 4 milhões de massas solares.
No novo estudo, publicado na semana passada na revista científica Science, a equipa do MIT observou a luz de raios-X proveniente do ASASSN-14li, analisando dados recolhidos por vários instrumentos, incluindo os telescópios espaciais do Observatório de raios-X Chandra e do Observatório Neil Gehrels Swift, da NASA, e da sonda espacial XMM-Newton, da agência espacial europeia, a ESA.
Este conjunto de dados revelou uma oscilação consistente: as emissões de raios-X do ASASSN-14li subiam e desciam a cada 131 segundos. Este sinal é provavelmente causado por um aglomerado de estrelas que circundam o buraco negro muito perto do seu horizonte de eventos.
“O fato de podermos rastrear esta região de emissão de raios-X brilhantes enquanto circula o buraco negro permite-nos rastrear a velocidade com que o material do disco está a girar”, disse o autor principal em comunicado. Consequentemente, estas emissões dão-nos informações “sobre a taxa de rotação do buraco negro supermassivo em si”, sustentou.
Esta velocidade de rotação é impressionante, mas não é inédita. Os cientistas já detetaram outros buracos negros supermassivos com taxas de rotação extremas, geralmente oscilando entre 33% e 84% da velocidade da luz.
Importância do estudo
Os resultados deste estudo podem ajudar os astrónomos a melhor compreender como é que os buracos negros supermassivos evoluem. Acredita-se que estes objetos gigantes cresçam de duas formas principais: através da fusões de galáxias, ou pela agregação constante de pequenos fragmentos de material circundante.
Uma taxa de rotação relativamente baixa implicaria o processo de fusão como o fator primário, porque estas junções aleatórias provavelmente não continuariam a girar em torno do buraco negro crescente na mesma direção. Por outro lado, um buraco negro de rotação rápida diz-nos, talvez, que a acreção contínua de material seja dominante.
ZAP // HypeScience
Parece-me que quanto mais massivo é um buraco negro, maior é o seu momento angular. Daqui posso especular que o big bang foi a destruição total do buraco negro contendo tudo o que existe no universo. Esta destruição deveu-se ao facto do buraco negro mãe ter atingido uma velocidade de rotação muito superior à velocidade da luz, vencendo,assim, o seu próprio campo gravitacional.