Críticas à extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e problemas de funcionamento na Agência para a Integração Migrações (AIMA) marcaram o primeiro debate para as eleições europeias (onde também se falou da Europa).
O primeiro debate televisivo para as eleições europeias, agendadas para 9 de junho, foi, fundamentalmente, marcado pelo tema da imigração.
Na noite desta segunda-feira, na SIC Notícias, os candidatos Sebastião Bugalho (AD), Marta Temido (PS), João Cotrim Figueiredo (IL) e Francisco Paupério (Livre) debateram também sobre a Defesa, o alargamento da União Europeia (UE), e o apoio ao ex-primeiro-ministro António Costa para o presidir o Conselho Europeu.
Trazendo a discussão do “Pacto para as Migrações” de fora (Europa) para dentro, o este debate centrou-se nos constrangimentos que se instalaram em Portugal desde a extinção do SEF e a criação da AIMA.
Sebastião Bugalho, acusou o Partido Socialista (PS) de, com a nova política de imigrações em Portugal, ser cúmplice das redes de tráfico humano.
Em resposta, Marta Temido acusou o candidato da Aliança Democrática (AD) de demagogia e falta de seriedade.
João Cotrim Figueiredo disse que a extinção do SEF, levada a cabo pelo governo do PS, veio agravar os problemas: “foi de uma enorme irresponsabilidade e não foi por falta de aviso”.
Por seu turno, ao contrário dos restantes candidatos, que na sua generalidade o aceitam, Francisco Paupério mostrou-se contra o novo pacto, por não humanizar a chegada das pessoas e separar famílias.
“Numa questão de coesão e segurança”, como referiu Francisco Paupério, os candidatos encontraram um ponto em comum que vão defender na Europa: o alargamento da Europa a leste, com a entrada na Ucrânia.
Sobre o investimento na Defesa: Bugalho defendeu que deve haver obrigações de dívida europeia e que a Europa se deve ser “pilar europeu da NATO”; mas Temido contestou a ideia de mutualização da dívida para ajudar os Estado-membros a reforçarem os seus equipamentos de Defesa.
“Admitimos mutualizar a dívida para a Defesa e não admitimos para a habitação?”, questionou a candidata socialista.
No final do debate, o ex-primeiro ministro foi assunto. Há muito que se fala de António Costa para a presidência do Conselho Europeu, mas há que não concorde, “porque não é tempo de voltar para trás, é tempo de seguir em frente”.
A posição supracitada é defendida por Sebastião Bugalho que não considera um bom princípio tornar António Costa o centro do debate das europeias.
Já Marta Temido defende que António Costa tem provas dadas na Europa, o que despertou um “nota-se” irónico de Cotrim Figueiredo, que se mostrou contra o apoio de Costa só por ser português: “o que interessa é o que as pessoas pensam e fazem, e não o sítio onde nasceram (…) preferir alguém só porque é português tem aqueles laivozinhos xenófobos“.
Paupério – argumentando que os “Verdes” não têm assento europeu que vote esta matéria – absteve-se, nesta questão.
Estou de acordo com Cotrim, não devemos apoiar certos indivíduos à presidência europeia só por serem nossos compatriotas, o que interessa é o que valem por si e o que pensam e defendem.