Brexit. Produtores de carne britânicos querem contratar presos por não terem pessoal

Produtores do setor das carnes no Reino Unido apelaram esta quarta-feira ao governo para que facilite o recurso a presos para atenuar a falta de pessoal, de que a indústria se queixa e atribui ao Brexit e à pandemia.

A Associação de Produtores Independentes de Carne (AIMS, na sigla em inglês), que junta matadouros e processamento de carne, revelou ao diário The Guardian que começaram contactos com a Ministério da Justiça para explorar essa possibilidade.

Um porta-voz desta organização indicou que um pequeno número dos seus associados já tem detidos nas prisões britânicas a trabalharem durante licenças temporárias, mas realçou que “os números são muito baixos”.

O Ministério da Justiça, destacou, por seu lado, que “ajudar os presos a encontrar trabalho durante a sua sentença e depois de libertados torna muito mais improvável que reincidam”, nos seus delitos.

“Vamos apoiar todas as indústrias com problemas de pessoal quando for possível”, vincou um porta-voz do Ministério.

Depois do Brexit, que impede a contratação de novos imigrantes procedentes da União Europeia sem uma autorização de trabalho, diversos setores têm-se queixado de escassez de mão-de-obra.

“A maioria da indústria da alimentação confronta-se com uma crise de contratação”, disse o porta-voz da AIMS, Tony Goodger.

Goodger especificou que o Ministério do Interior lhes comunicou que “devem dar prioridade ao mercado de trabalho nacional”, se bem que garante que não se encontram trabalhadores já residentes do Reino Unido suficientes para preencher as vagas.

“Apesar de muitos dos nossos associados tenham encarado (o problema) de forma muito séria, a contratação continua a ser um desafio”, queixou-se.

Na semana passada, a organização dos empresários do setor avícola (British Poultry Council) informou que um em cada sete postos de trabalho no setor – cerca de sete mil – ficaram vazios devido ao Brexit.

A taxa de desemprego no Reino Unido foi de 4,7% no trimestre abril/junho, abaixo dos 4,8% do trimestre anterior.

// Lusa

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