Breivik pediu liberdade condicional (com saudação nazi na mesma sessão)

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Anders Behring Breivik

Autor do homicídio de 77 pessoas, há mais de uma década, insistiu na supremacia dos brancos mas pediu para sair mais cedo da prisão.

Anders Behring Breivik. Foi provavelmente o nome mais comentado e pesquisado em muitos países ao longo de 2011. Sobretudo ao longo do segundo semestre. No dia 22 de Julho desse ano, o norueguês matou 77 pessoas e feriu mais de 300.

Breivik, que já estaria a preparar aquele ataque há anos, fez explodir um carro na capital Oslo, junto à sede do Governo. Oito pessoas morreram. Dirigiu-se logo a seguir para a ilha de Utøya, começando a disparar na direcção de adolescentes. Matou 69 pessoas aí.

Pouco antes destes atentados, o norueguês havia publicado na internet um manifesto que criou, apelando à extrema-direita. São 1.518 páginas, num documento intitulado ‘2083 – Uma declaração europeia de independência’. São defendidas ideias extremas como o ultra-nacionalismo, a islamofobia, a homofobia, o racismo e o anti-feminismo.

Alegado defensor do Cristianismo e vendo o Islão como uma ameaça à humanidade, Breivik admitiu logo a autoria do crime e foi condenado a 21 anos de prisão – pena máxima na Noruega. Não recorreu.

O extremista foi aparecendo no tribunal, na altura, sempre aparentemente satisfeito com o que tinha feito e até disse aos pais das vítimas que gostaria de ter matado mais adolescentes, em Utøya, durante o fatídico acampamento de jovens do Partido dos Trabalhadores da Noruega.

Entretanto passaram mais de 10 anos desde o dia dos homicídios. Anders Behring Breivik já tentou fundar um partido fascista na prisão e, agora, quer liberdade condicional (tem esse direito precisamente porque já está preso há 10 anos).

“Como em qualquer outro Estado de direito, um condenado tem o direito de requerer a liberdade condicional e Breivik decidiu fazer uso desse direito”, anunciou o seu advogado, antes da audiência desta terça-feira.

Nessa audiência, Breivik, aos 42 anos, entrou no tribunal a exibir saudações nazis e com uma mensagem de supremacia dos brancos.

Disse ao juiz que é “candidato parlamentar do movimento nazi”, apesar de agora estar “dissociado fortemente da violência e do terror. Dou a minha palavra de honra de que isso ficou para trás, para sempre“, garantiu.

O Tribunal Distrital de Nedre Telemark vai decidir se concede liberdade condicional ao extremista, que no entanto pode ver a pena de prisão ser prolongada (caso seja considerado um perigo para a sociedade, os 21 anos deixam de ser o limite).

Se tiver direito a sair, Anders Breivik avisou: vai aproveitar a estadia nas ruas para espalhar as suas ideias de supremacia dos brancos. E há “milhões de pessoas que suportam a supremacia branca”, acrescentou.

As sessões prolongam-se até quinta-feira e a decisão deverá ser anunciada no final de Janeiro.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Realmente a justiça na Europa é patética. Este gajo nos EUA nunca mais saia da prisão. Na “evoluída” Noruega leva 21 anos. Quer isto dizer que daqui a 10 anos é um homem livre, pronto a repetir a façanha. Enfim.

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