“Os brasileiros emergiram da selva”, declarou Presidente argentino

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maicopupsa / Flickr

O Presidente da Argentina, Alberto Fernández

Durante uma visita do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez à Argentina, o Presidente Alberto Fernández indicou que “os mexicanos vieram dos indígenas, os brasileiros saíram da selva, mas nós, os argentinos, chegamos de barco. Em barcos da Europa”, declaração criticada por países da América Latina.

Como noticiou na quinta-feira o Washington Post, num artigo dos jornalistas Daniel Politi and Ernesto Londoño, com este discurso, Fernández tentava prestar uma homenagem à herança europeia da Argentina, durante um evento em que surgiu ao lado de Sánchez. No vídeo, indicou que se tratava de uma citação do autor mexicano Octavio Paz.

“Ele [Alberto Fernández] esquece-se dos milhões de pessoas que foram sequestradas de África ao longo de três séculos, justamente por europeus dos quais se orgulha de ser descendente”, escreveu no Twitter Jeff Nascimento, ativista de direitos humanos e advogado em São Paulo, no Brasil.

Eduardo Bolsonaro, congressista e filho do Presidente brasileiro, classificou a declaração de racista, criticando a economia argentina, em recessão há anos. “A Argentina é um navio que se está a afundar”, apontou. Jair Bolsonaro publicou no Twitter uma fotografia sua com um grupo de indígenas e a bandeira do país, com a legenda “SELVA!”.

Segundo o artigo do Washington Post, os argentinos são conhecidos por se considerarem distintos dos outros povos da região, em parte devido à percentagem da população que descende de colonos europeus, principalmente espanhóis e italianos. O Brasil, por exemplo, é maioritariamente negro e indígena.

Contudo, uma geração de jovens investigadores argentinos, incluindo académicos negros, questiona a narrativa nacional, que não refere as raízes indígenas e negras.

No artigo, os jornalistas esclareceram ainda a verdadeira citação real de Octavio Paz é: “Os mexicanos descendem dos astecas, os peruanos dos incas e os argentinos dos barcos”.

Após as críticas, Fernández escreveu no Twitter: “Não tive a intenção de ofender, mas, em qualquer caso, se alguém se sentiu ofendido ou invisível, peço desculpas”. E acrescentou: “Já foi dito mais de uma vez que os ‘argentinos descendem de barcos’. Na primeira metade do século 20, recebemos mais de cinco milhões de imigrantes que viviam entre nosso povo nativo. Nossa diversidade é motivo de orgulho”.

Taísa Pagno //

6 Comments

  1. Coitado, veio dos barcos! que atrasado! mais valia dizer que não sabe de onde veio, pelo menos dizia a verdade, já os Brasileiros com toda a diversidade sabem de onde vieram, aqui está o que os diferencia, quem sabe de onde veio, sabe para onde quer ir.

  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Estes argentinos têm tido cada cromo à frente do país… talvez seja por isso que o país está com uma mão à frente e outra atrás. Com esta agora parti-me a rir! Este comentário é bem elucidativo da total desinstrução desta criatura.
    Este homem deveria conhecer melhor o Brasil e a sua colonização. Acho que há lá de tudo (Portugueses, Italianos, Holandeses, Alemães,…)

  3. Este gajo da Argentina que se diz presidente, é um nabo ignorante! Se tivesse um pouco de vergonha na cara também dizia que a Argentina foi o país que mais acolheu nazis quando este se refugiaram da Alemanha com os tesouros roubados aos judeus.

  4. Infelizmente, esse tipo de comentário não me surpreende. A Argentina recebeu escravos negros, como o Brasil, mas os aniquilou. Foram confinados em um bairro que depois sofreu um incêndio criminoso (isso está na história). Os poucos negros que ainda existem na sociedade argentina são ignorados, tanto que nos questionários dos censos de população não existe a palavra “negro” como opção. O governo argentino oficializou a extinção dos negros no país, como se ter negros em sua população fosse desabonador. Pois nós, brasileiros, temos orgulho de ter muitos negros, índios e estrangeiros por aqui. Aqui, até árabes e judeus se dão bem. Com todos os problemas, somos o exemplo de que a democracia étnica é sinal de superioridade e não o contrário. E, verdade seja dita, devemos esse respeito aos outros aos colonizadores portugueses.

  5. Eu, em minha opinião, acho que não ter a opção da cor da pele e essa coisa de raças, nos questionários dos censos está correto, porque eu considero os humanos uma só raça, em vez de cor ou raça, aceito origem, porque isso sim, existe origem por continentes, eu não estou a dizer isto por aquilo que foi escrito aqui, porque concordo com o que foi dito, é porque já vi essa questão ser abordada e não achei certa.

  6. Perdeu se o sentido de humor. Até teve graça, e acho que não ofende ninguém. Qual o problema de descender de indígenas?? Eu não me importava…
    Hoje em dia tudo sao ofensas…

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