O brilho da luz em bolhas feitas de água com sabão e um corante fluorescente transforma-as em pequenos lasers que podem funcionar como sensores de pressão.
Os lasers produzem luz através de um processo de amplificação ótica em que a passagem dos fotões por um meio estimula a emissão de mais fotões.
Desta forma, torna-se fácil entender que as principais componentes de um laser são o meio, que amplifica a luz, e um processo de feedback ótico para enviar os mesmos fotões através do meio várias vezes.
Surpreendentemente, as bolhas de sabão satisfazem todos esses critérios. Nesta experiência, levada a cabo por uma equipa de investigadores da Universidade de Ljubljana, o volume interior das bolhas – algumas das quais mais pequenas do que meio milímetro de diâmetro e outras com alguns centímetros – foi usado para construir uma cavidade.
Já para amplificar a luz, os cientistas adicionaram um corante fluorescente à mistura, uma tinta que brilha intensamente emitindo luz quando é iluminada.
Por último, a luz, proveniente de uma fibra ótica que os investigadores direcionaram para a bolha através de uma lente de foco, fazendo com que a bolha produzisse a sua própria luz laser.
Os cientistas conseguiram criar o feedback ótico enviando a luz laser para a bolha, fazendo com que a luz ficasse presa no seu interior numa espécie de anel, à medida que era refletida repetidamente na superfície interna.
Segundo a New Scientist, qualquer bolha de sabão serve para conseguir obter os pequenos laser. “Usamos sabonetes normais ou uma mistura que podemos facilmente comprar para as crianças. Depois, bastou adicionar a pequena quantidade de corante fluorescente”, explicou Matjaž Humar da Universidade de Ljubljana, na Eslovénia.
A equipa também experimentou usar cristais líquidos em vez de sabão, o que tornou os lasers mais estáveis e de maior vida útil. Isso permitiu que os cientistas os transformassem em sensores de pressão.
Estes lasers são tão sensíveis que podem ser usados para detetar mudanças de pressão tão pequenas quanto 0,001% da pressão atmosférica.
A descoberta foi detalhada num artigo científico publicado na Nature Photonics.