A Boeing criou um smartphone voltado para comunicações secretas. Além de criptografar chamadas e mensagens, apaga automaticamente todos os seus dados e programas se alguém tentar abri-lo para mexer nas suas peças.
Conhecida pelos seus aviões, a Boeing disse que o produto está a ser feito para ajudar empresas e organizações a ter “um acesso confiável a dados para realizar as suas missões”, voltado para consumidores e negócios preocupados com a segurança de seus dados privados.
Denominado Black, o aparelho faz parte de uma nova onda de smartphones de alta segurança que estão a chegar ao mercado e foi apresentado no Mobile World Congress, evento da indústria de telemóveis realizado anualmente em Barcelona.
A Boeing já fornece redes de comunicação seguras para oficiais do governo norte-americano, até mesmo para o presidente. O Black não é voltado para o mercado consumidor – e ainda não tem preço nem data de lançamento anunciados.
Fechado a sete chaves
Segundo a fabricante, foram necessários três anos para desenvolver o Black. Para a sua criação, foram utilizados conhecimentos de empresas de tecnologia recém-adquiridas pela Boeing.
O smartphone tem entrada para dois chips, o que permite alternar entre as redes de telecomunicações governamentais e as comerciais. Traz uma versão do Android, do Google,e uma série de programas de segurança criados pela Boeing. Mas o Black vai além dos telemóveis comuns no seu hardware, que recebeu melhorias.
“Nenhuma das suas peças pode ser trocada ou ajustada. Se alguém tentar fazer isso, o produto é destruído”, disse a empresa em documentos enviados à Comissão Federal de Comunicações, órgão equivalente à ANACOM nos Estados Unidos.
O aparelho é fabricado e depois lacrado, tanto com uma cola muito forte como também parafusos que recebem uma proteção no topo para impedir que se mexa neles e garantir que qualquer tentativa de desmontá-lo deixe marcas. “Qualquer tentativa de abri-lo dispara funções que apagam os dados e os programas, inutilizando-o.”
De acordo com a Boeing, o Black pode ser ligado a sensores de leitura biométrica e satélites, além de um painel de energia solar e uma bateria extra.
ZAP / BBC