“Está deprimido. Não é pedófilo compulsivo”. Bispo de Santarém mantém padre abusador em funções

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Diocese de Santarém

D. José Tranquina, bispo da diocese de Santarém.

O bispo de Santarém diz que o padre acusado de abusos sexuais de menores que continua em funções “está deprimido” e “não é um pedófilo compulsivo”.

O bispo da diocese de Santarém diz que o padre António Júlio Santos, condenado por abusos sexuais de menores, está em depressão e “fez o que não devia”. Em declarações à SIC Notícias, foi esta a justificação apresentada por José Traquina para manter o pároco em funções.

Traquina explicou não foram identificados mais casos de abuso por parte do padre e não havia antecedentes que pudessem sugerir pedofilia compulsiva.

“Pelos exames a que foi sujeito […] e a conclusão foi que se trata de uma depressão. A pessoa está sobre uma depressão e fez o que não devia. Essa depressão não se configura com um pedófilo compulsivo. Não é a mesma coisa”, frisou.

Embora a estação televisiva tenha recolhido informações de que alguns fiéis se afastaram da paróquia após terem conhecimento dos abusos, o bispo garante o contrário.

O padre António Júlio Santos foi condenado a um ano e dois meses por atos sexuais com menores, duas meninas, de 11 e 12 anos.

O padre está há um ano e meio à frente da Paróquia de Almoster e Vale de Santarém. António Júlio Santos esteve afastado quando foram conhecidos os crimes, mas um ano depois de ter sido condenado, voltou a ser nomeado pela Igreja.

Em fevereiro, o bispo de Santarém saudou a “coragem” de enfrentar os abusos sexuais de crianças na Igreja Católica.

“A denúncia de um padre que abusou de uma ou mais crianças, contraria em absoluto o sentido de uma vocação sacerdotal, pois é suposto um ministro sacerdote ter a maturidade humana e cristã e a consciência bem formada acerca da sua natureza, vocação, identidade e missão”, refere Traquina, num texto intitulado ‘Cuidar da identidade e missão’, citado pela agência Ecclesia.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja deu conta de mais de 500 testemunhos de abusos sexuais no seio daquela organização, e pelo menos 4.815 vítimas, segundo dados revelados em fevereiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

ZAP //

7 Comments

  1. Pouco mais há a acrescentar ! ……… a não ser , a seguinte pergunta ; Quando é que este tipo de gente terá vergonha na cara en ocultar e defender o Imperdoável ?????????

  2. Bispo que defende Padre abusador, só pode ser igual, porque não existe qualquer depressão que leve uma pessoa a violar crianças.
    Tanto Ladrão é o que rouba, como o que o defende.
    Não pode a Igreja ser tratada de forma diferente do que um cidadão qualquer. Comete crime não se pode escudar na religião, a mesma que no passado mandava queimar na fogueira, quem não concordava com eles.

  3. O Papa mandou afastar os suspeitos de funções, quanto mais os condenados, mas afinal quem manda? Este bispo deve ser investigado, pois levanta muitas dúvidas aos crentes.

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