Bielorrússia responde a sanções económicas com redução de cooperação com UE

Andrei Stasevich / (H) Belta

Aleksandr Lukashenko, Presidente da Bielorrússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Vladimir Makéi, anunciou que Minsk reduzirá o nível da sua participação no Parceria Oriental, um programa com o qual Bruxelas coopera com as ex-repúblicas soviéticas.

A Bielorrússia anunciou que reduzirá a sua cooperação com a União Europeia, como resposta a um novo lote de sanções comunitárias contra o regime do Presidente Alexander Lukashenko, acusado de reprimir protestos pacíficos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Vladimir Makéi, anunciou que Minsk reduzirá o nível da sua participação no Parceria Oriental, um programa com o qual Bruxelas coopera com as ex-repúblicas soviéticas.

Makéi acusou a UE de tentar “politizar” os projetos no âmbito desta iniciativa regional, reduzindo assim a participação bielorrussa a nível de peritos.

“Infelizmente, as ações dos nossos parceiros não nos deixam outra escolha que não a de reagir adequadamente às suas medidas contra a Bielorrússia”, explicou o chefe da diplomacia daquele país.

Ao denunciar “a ingerência nos assuntos internos da Bielorrússia”, Makéi referiu também a possível suspensão dos trabalhos do grupo de coordenação entre a Bielorrússia e a UE, anunciando que Minsk pode vir a reconsiderar a continuação da cooperação com Bruxelas em termos de garantias de segurança da primeira fábrica nuclear bielorrussa, localizada na cidade de Ostrovéts, a poucos quilómetros da fronteira com a Lituânia.

Quanto às novas sanções comunitárias, que poderão ser estendidas às empresas bielorrussas, Makéi enfatizou que Minsk já está a ponderar várias medidas de resposta, que “serão muito significativas para os nossos parceiros europeus”.

“Da nossa parte, ampliamos também a lista de sanções correspondentes a representantes de todos os países da União Europeia”, explicou o ministro bielorrusso.

Makéi denunciou ainda “a luta geopolítica” que se desencadeou na Bielorrússia desde as eleições presidenciais de 9 de agosto, nas quais Lukashenko foi reeleito e que foram consideradas fraudulentas pela oposição e pela UE.

No entanto, o responsável pela diplomacia bielorrussa negou que o seu Governo esteja a considerar renunciar totalmente à cooperação com os países europeus, argumentando que estes acolhem mais de 50% das exportações da Bielorrússia.

A 6 de novembro, a UE aprovou sanções formais contra Lukashenko, que está no poder desde 1994 e que propôs tímidas reformas constitucionais para sair da crise, que já foram categoricamente rejeitadas pela oposição no exílio.

No domingo, mais de mil pessoas foram detidas num protesto convocado após a morte, sob escolta das forças de segurança, de um artista em Minsk, segundo fontes da oposição.

ZAP // Lusa

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