Biden destaca vitórias democratas e critica “semi-fascismo” republicano no arranque da campanha

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O presidente dos EUA, Joe Biden

O presidente dos EUA, Joe Biden

O Presidente norte-americano deu início, na quinta-feira, à campanha para eleições intercalares de novembro, num comício em que destacou as recentes vitórias dos democratas e criticou o “semi-fascismo” da ideologia republicana.

Perante milhares de pessoas concentradas na escola secundária Richard Montgomery, no estado de Maryland, a menos de meia hora da Casa Branca, Joe Biden pediu aos democratas que “votem para, literalmente, salvar a democracia mais uma vez”.

“O vosso direito de escolha está em votação este ano. A Segurança Social que pagaram a partir do momento em que começaram a trabalhar está na votação. A segurança dos vossos filhos contra a violência armada está nas urnas, e não é hipérbole, a própria sobrevivência do nosso planeta está nas urnas. (…) Têm que escolher. Seremos um país que avança ou um país que retrocede?”, lançou.

Biden dividiu o palco com o candidato do partido para governador de Maryland, Wes Moore, que enfrenta Dan Cox, um republicano apoiado pelo ex-Presidente Donald Trump.

Impulsionado pelas últimas vitórias parlamentares e pelo bom momento que atravessa nas sondagens, o Presidente dos Estados Unidos pediu “unidade, esperança e otimismo” para o futuro do país, sem deixar de mencionar Donald Trump, que deverá concorrer à reeleição em 2024.

“Em 2020, vocês e 81 milhões de norte-americanos votaram para salvar a nossa democracia”, disse Biden perante uma multidão efusiva. “É por isso que Donald Trump não é apenas um ex-Presidente. Ele é um ex-Presidente derrotado“, frisou.

Logo após o comício, Biden recorreu à rede social Twitter para declarar que “não deixará nada nem ninguém destruir a América”.

“Cada eleição é uma escolha. O meu pai costumava dizer: ‘Não me comparem com o Todo-Poderoso. Comparem-me com a alternativa.’ Bem, a alternativa aos democratas são os republicanos do MAGA”, escreveu Biden, referindo-se ao icónico ‘slogan’ de campanha de Donald Trump ‘Make America Great Again’ [Tornar a América Grande de Novo].

O retorno à campanha eleitoral deu-se logo após uma série de vitórias para o Presidente, incluindo a aprovação de novas reformas de armas e uma grande lei climática, tributária e de saúde que deve formar a peça central da estratégia de meio de mandato de Biden.

Os assessores da Casa Branca consideraram que esta será uma temporada agressiva para Biden, de 79 anos, com várias viagens por todo o país, com foco na defesa das vitórias políticas e na ajuda aos candidatos do partido Democrata.

Joe Biden pretende transformar meses de realizações legislativas em energia política, já que os democratas viram as esperanças renovadas após uma série de ações bem-sucedidas do chefe de Estado e do seu partido, o que, para especialistas, deverão definir o seu legado.

Horas antes do comício, num evento de arrecadação de fundos, Biden conseguiu cerca de um milhão de dólares (cerca de um milhão de euros) para o Comité Nacional Democrata e para o Fundo de Vitória Democrática.

Nesse evento, o Presidente norte-americano usou palavras mais duras para criticar a ala mais extremista do campo conservador e a “filosofia extrema do MAGA”.

“O que estamos a testemunhar agora é o começo ou a morte de uma filosofia extrema do MAGA […] não é apenas Trump, é toda uma filosofia que sustenta – vou dizer algo – é como o semi-fascismo”, salientou.

As palavras escolhidas por Biden não foram bem recebidas pela oposição, com o porta-voz do Comité Nacional Republicano, Nathan Brand, a classificar o comentário do Presidente como “desprezível”.

Os eventos em que Biden participou nesta quinta-feira acontecem um dia após o Presidente ter cumprido uma promessa de campanha, há muito adiada, e perdoar empréstimos estudantis federais para estudantes com baixos e médios rendimentos, medida que os democratas acreditam que vai os eleitores mais jovens, negros e latinos.

As eleições intercalares de novembro vão decidir o controlo das duas câmaras do Congresso: Senado e a Câmara dos Representantes.

Lusa //

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