O Sporting foi à Turquia somar a primeira vitória no Grupo C da Liga dos Campeões, ao bater o Besiktas por 4-1.
Um desfecho fundamental para a equipa de Alvalade continuar a acalentar esperanças de apuramento para os oitavos-de-final – e manter-se por cima no que toca ao “mal menor”, ou seja, a continuação nas provas da UEFA via Europa League.
A equipa de Rúben Amorim realizou uma enorme exibição, criou e desperdiçou inúmeras oportunidades, mas ainda assim goleou, com tentos de Sebastián Coates (2), Pablo Sarabia e Paulinho. Primeiro triunfo leonino na Turquia.
O jogo nem parecia ter começado bem para o Sporting, que permitiu diversos lances de perigo por parte do Besiktas nos primeiros minutos.
No entanto, a equipa lusa foi mais competente no ataque e marcou aos 15 minutos, num cabeceamento de Sebastián Coates à passagem do quarto-de-hora, na sequência de um canto da direita e um desvio de Gonçalo Inácio ao primeiro poste.
Responderam os turcos aos 24, com Cyle Larin a cabecear para o 1-1 também após canto, da esquerda, e na jogada seguinte, lance a papel-químico do primeiro. Canto da direita de Pedro Gonçalves, Paulinho a desviar ao primeiro poste e Coates, de cabeça, a facturar.
Antes do intervalo ainda tempo para golo de Pablo Sarabia de grande penalidade, a castigar mão na bola de Domagoj Vida após cabeceamento de… Coates. Alex Teixeira reduziu nos descontos, mas o VAR anulou por fora-de-jogo um tento de belo efeito.
Uma primeira metade de grande nível do Sporting, personalizado, à espera do seu adversário e a pressionar Miralem Pjanić, através de Pedro Gonçalves, quando o médio tentava iniciar a construção de trás, para atrapalhar a tarefa deste e roubar rapidamente a bola, lançando contra-ataques muito perigosos.
Aqui, “Pote” nem sempre esteve bem nas decisões e no momento de servir os seus companheiros, esfumando-se vários bons lances.
No segundo tempo o “leão” continuou a desperdiçar diversas ocasiões, com Paulinho, por exemplo, a atirar ao poste quando tinha tudo para ampliar aos 68 minutos, e aos 72 atirou à barra.
Um festival de golos perdidos, com a formação portuguesa a registar os Expected Goals (xG) mais elevados da presente edição da Liga dos Campeões — apesar de, no segundo tempo, o Besiktas ter guardado para si a bola, minimizando o tempo de posse dos “leões”, numa tentativa de ir atrás do resultado.
Porém, a defesa leonina e António Adán anularam os intentos turcos. E perto do fim, Paulinho – que já havia desperdiçado quatro ocasiões flagrantes – fez o golo da noite, para abrilhantar ainda mais o resultado luso.
Melhor em Campo
Que jogão do capitão. Coates não só foi imperial a defender, como acabou por ser decisivo no ataque. O MVP da partida, com um GoalPoint Rating de 8.2, começou por marcar os dois primeiros golos do Sporting, esteve na origem do penálti que deu o 3-1 e depois esteve muito certo na retaguarda.
O uruguaio rematou três vezes, duas enquadradas, recuperou cinco vezes a posse de bola e fez três intercepções.
Destaques do Besiktas
Ersin Destanoğlu 6.8 – O Sporting goleou, mas mesmo assim o guardião do Besiktas foi o melhor da sua equipa. Destanoğlu fez cinco defesas, todas a remates na sua grande área, três a disparos a menos de oito metros e ainda registou duas saídas pelo solo eficazes.
Souza 6.3 – O médio ex-FC Porto foi dos mais esclarecidos dos homens da casa. Jogador com mais acções com bola (97), somou um passe de ruptura, oito recuperações de posse, fez quatro acções defensivas no meio-campo leonino, incríveis sete desarmes e quatro bloqueios de passe.
Michy Batshuayi 6.1 – A velocidade do avançado belga foi a sua pior inimiga. Na tentativa de fugir nas costas da defesa do Sporting, Batshuayi caiu cinco vezes em fora de jogo, máximo do jogo. Registo para quatro remates, um ao ferro, dois passes para finalização, seis acções com bola na área sportinguista e quatro dribles completos em cinco.
Destaques do Sporting
Paulinho 7.6 – Jogo de extremos do ponta-de-lança leonino. As suas quatro flagrantes desperdiçadas levaram ao desespero os adeptos leoninos, mas é impossível ficar indiferente ao golaço que marcou. Parece que Paulinho gosta do mais difícil, mas também de trabalhar. O atacante voltou a ser importantíssimo, com o registo máximo de remates (5), dos quais dois enquadrados e dois ao ferro, somou ainda uma assistência em três passes para finalização, também o máximo de acções com bola na área contrária (7), ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e fez três intercepções.
Pablo Sarabia 7.1 – O espanhol começa, aos poucos, a dar ares da sua graça. Nesta partida fez um golo, de penálti, enquadrou dois remates, criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização e somou quatro acções na área turca.
Pedro Gonçalves 6.8 – O goleador leonino hoje não marcou e até esteve algo egoísta, não soltando a bola no momento certo para o último passe. No entanto foi tacticamente fundamental, sendo o primeiro a pressionar o “maestro” da equipa turca, o bósnio Pjanić. Terminou com uma assistência em quatro passes para finalização e três desarmes.
Matheus Nunes 6.6 – Jogo de esforço do médio internacional português, muito importante no trabalho defensivo e a esticar o futebol sportinguista nas transições. Destaque para quatro dribles eficazes em quatro tentativas, mais quatro acções defensivas no meio-campo contrário, outros tantos desarmes e três intercepções.
Pedro Porro 6.3 – Apesar de o Besiktas ter pressionado muito, o lateral espanhol atacou bastante, terminando com uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização e até quatro acções com bola na área turca – além de nove recuperações de posse.
Gonçalo Inácio 5.9 – O homem que, ao primeiro poste, desviou de cabeça para o 1-0 da autoria de Coates. À assistência juntou ainda seis alívios, máximo do jogo.
João Palhinha 5.8 – O “polvo” do costume registou o máximo de recuperações de posse (13), de acções defensivas no meio-campo contrário (6) e de desarmes (7, a par de Souza).
Antonio Adán 5.2 – Apesar da pressão do Besiktas, o espanhol acabou por não ter muito trabalho, a não ser a travar Batshuayi isolado, embora quase sempre em lances anulados por fora de jogo. Por esse motivo o registo oficial é de apenas uma defesa.
Ricardo Esgaio 5.1 – Jogou os últimos 20 minutos, substituindo o desinspirado Matheus Reis, a tempo de realizar três desarmes.
Feddal 5.1 – O pior dos centrais leoninos, a que não são alheias as dificuldades que Matheus Reis sentiu para fechar do lado do marroquino. Feddal fez três desarmes e duas intercepções, mas esteve mal no passe (dez falhados em 27).
Matheus Reis 4.6 – O pior jogador dos “leões”. O brasileiro deu-se mal com as incursões de Ghezzal, Alex Teixeira e Batshuayi do seu lado, tendo registado três perdas de posse no primeiro terço.
Resumo
// GoalPoint