(dr) Guldminen
Não é só no futebol que o clube dinamarquês inova. A sua “mina de ouro” quer educar o melhor futebolista do mundo, mas há outras prioridades.
O Benfica vai jogar nesta terça-feira na Dinamarca, diante do Midtjylland, na segunda “mão” da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
A equipa portuguesa tem uma margem confortável porque, na semana passada, ganhou em casa por 4-1.
O Benfica vai jogar com um clube que, adaptando o lema do Barcelona, vai para além de se apresentar como apenas um clube de futebol.
No local onde os profissionais dinamarqueses treinam, correm, brincam (e também treinam) 75 crianças entre os 5 e os 12 anos.
Todas frequentam a escola do próprio clube, chamada “Mina de ouro”, que foi inaugurada há apenas três anos. Centra-se no futebol e no andebol.
Uma escola com acesso gratuito, com 15 professores a educar, não apenas futuros jogadores brilhantes, mas sobretudo futuras pessoas brilhantes.
O director-executivo Claus Steinlein assegurou ao portal The Athletic que o principal objectivo daquela escola é “desenvolver o melhor futebolista do mundo”. A meta é alguma das suas crianças chegar ao topo em 2035, ou pouco depois.
Mas a ideia não é só essa: “O ideal seria que, quando o nosso jogador estivesse a receber a Bola de Ouro, falasse sobre as 17 metas da Organização das Nações Unidas sobre um mundo sustentável”.
Porque é preciso que os futebolistas “falem e cuidem do mundo”, tendo atenção para com as pessoas “pobres e que não tiveram as mesmas oportunidades” ao longo da vida, em vez de se centrarem só em “Ferraris e Porsches”.
“Para nós, é muito importante educar a pessoa como um todo, não só um jogador de futebol”, continuou Claus.
Horário escolar
Nesta escola os alunos não ficam dezenas de horas por semana sentados, junto a uma secretária.
Começam o dia com pequeno-almoço na própria escola, segue-se treino de futebol ou andebol, antes de novo pequeno-almoço.
Depois há matemática, inglês e ciência – mas num ensino alternativo, individualizado e adaptado a cada criança; as necessidades e o ritmo de cada criança são tidas em conta (aliás, esse é um dos lemas da escola).
Hora de almoço e, à tarde, volta-se ao exercício físico: yoga, parkour, judo, dança e ginástica fazem parte da ementa.
As crianças escrevem um novo objectivo, um novo projecto, todas as semanas. Indicam o que querem fazer de novo, seja no relvado, na escola ou em casa.
A “mina de ouro” é a escola onde, de acordo com os pais, os alunos querem estar – mesmo aos domingos e aos feriados. “Não descrevem a escola como uma escola, porque divertem-se muito aqui”, comentou o director Claus Steinlein.
