Benfica e FC Porto, ambos demasiado tímidos em quase toda a partida, empataram hoje a zero no clássico da 30.ª jornada da I Liga de futebol, resultado que deixa os encarnados mais perto da revalidação do título.
No Estádio da Luz, a formação de Jorge Jesus optou por esquecer a habitual atitude ambiciosa e ofensiva que costuma ter em casa e apostou numa postura bem mais conservadora, enquanto os dragões, a necessitar do triunfo para se aproximarem do rival, podiam e deviam ter arriscado mais.
O Benfica rematou pela primeira vez à baliza de Helton, que apareceu com surpresa no onze no lugar da Fabiano, apenas aos 50 minutos, enquanto o FC Porto até podia ter marcado na primeira parte, por Jackson Martinez, naquela que acabou por ser a sua melhor oportunidade em toda a partida.
Este foi o primeiro jogo em que o Benfica, com Jorge Jesus, não marcou golos no Estádio do Luz, uma série que já durava há 92 partidas.
Num jogo que teve quase meia centena de faltas cometidas, o nulo beneficia (e muito) a equipa da Luz, que segue na frente com três pontos de vantagem sobre a formação de Julen Lopetegui e com vantagem em caso de igualdade.
Com quatro jornadas por disputar, só um verdadeiro desastre poderá afastar o Benfica do 34.º título nacional da sua história e o primeiro bicampeonato em mais de 30 anos. O último aconteceu em 1983/84.
Tanto Jesus como Lopetegui decidiram operar alterações na equipa inicial, apostas essas que acabaram quase todas por sair furadas.
Por parte do Benfica, Talisca, que apareceu com alguma surpresa no lugar do lesionado Salvio, passou ao lado do jogo e foi substituído a meio da segunda parte. No FC Porto, Evandro e Ruben Neves apareceram no onze (nos lugares de Herrera e Quaresma), mas também depressa foram rendidos, sobretudo o jovem médio português, que saiu ao intervalo, depois de uma primeira parte desastrosa, em que somou mais de uma dezena de passes falhados.
Aliás, os primeiros 45 minutos do clássico foram praticamente disputados a meio-campo, com o Benfica a entregar o controlo da partida aos forasteiros, que, por seu lado, se mostraram completamente desacertados.
A exceção aconteceu aos 34 minutos, naquele que foi o primeiro remate na partida e que acabou por ser a melhor oportunidade para os dragões. O colombiano Jackson apareceu completamente solto e, da marca de grande penalidade, acabou por falhar o alvo.
Ao todo, a primeira parte teve um total de dois remates. Este do avançado do FC Porto e outro de Ruben Neves a mais de 40 metros da baliza, que saiu fraco e sem qualquer direção. Na outra baliza, Helton foi espetador.
No regresso dos balneários, o cenário mudou de figura e finalmente o Benfica incomodou Helton, com Talisca a rematar à figura do veterano guarda-redes brasileiro.
O clássico ganhou vida e alguma emoção. Talisca esteve perto de abrir o marcador, aos 55, e Jackson também podia ter marcado para o FC Porto, aos 58.
Contudo, com o passar dos minutos, o Benfica voltou a dar o controlo do jogo ao rival, que finalmente arriscou com as entradas de Quaresma e Hernani para as alas. Na frente, Jackson lutou e muito, mas teve pouco apoio, sobretudo por parte do trio do meio-campo.
Já perto do final, Fejsa, que tinha rendido Talisca, acabou por ter o golo nos pés, mas, à entrada da pequena área, acabou por atirar por cima, num lance em que a bola chegou cheia de efeito aos pés do médio sérvio.