Benfica 1-2 Sporting | Leão revira águia e faz a festa

O Sporting conquistou a sua quarta Taça da Liga, Rúben Amorim a terceira e consecutiva. A vítima desta feita foi o Benfica, que já havia caído aos pés do “leão” em Dezembro.

Desta feita, em Leiria, os “encarnados” ameaçaram mudar a tendência recente, e marcaram primeiro, por Everton.

Mas o Benfica foi desaparecendo progressivamente, perante a grande variedade de soluções tácticas da formação leonina, que se sabe adaptar a adversidades, corrigir posições e processos, mudando peças com facilidade e efeitos visíveis e práticos.

Gonçalo Inácio e Pablo Sarabia assinaram a reviravolta que a todos pareceu natural, dado o andamento do jogo.

Primeira parte quente, muito competitiva e intensa, com muitos duelos físicos e tentativa de empregar velocidade ao jogo, de parte a parte.

Prova disso as 24 faltas cometidas nos primeiros 45 minutos, dez do Benfica, 14 do Sporting.

Os “leões” ocuparam sempre melhor os espaços, dando boas linhas de passe e segurando muitas segundas bolas, o que beneficiou também a qualidade do passe, pelo que atingiram o descanso com 64% de posse e sete remates, dois enquadrados.

A tentativa de lançar o perigo nas costas da defesa benfiquistas foi resultando amiúde, com Pedro Gonçalves a interpretar bem os lances, mas a defesa benfiquista foi reagindo a preceito.

Mesmo com menos bola e dificuldades em criar perigo perante a organizada defesa sportinguista, os “encarnados” foram a única equipa a marcar na etapa inicial, com Everton (22′) a “fuzilar” autenticamente Adán com o seu pior pé (o esquerdo), após receber de Álex Grimaldo e trabalhar bem sobre Luís Neto.

Paulo Novais / Lusa

Dois remates, um enquadrado, um golo. O “leão” chegou ao intervalo com 18 acções na área contrária, contra quatro das “águias”, e Jan Vertonghen era o MVP, com rating de 6.5, com destaque para dois bloqueios de remate.

Parecia que o Benfica entrava mais afoito no segundo tempo, mas foi o Sporting a marcar, aos 50 minutos.

Canto da esquerda de Pablo Sarabia e Gonçalo Inácio saltou mais alto que toda a gente para cabecear com êxito, no primeiro disparo da etapa complementar.

E a verdade é que o “leão” passou a controlar o meio-campo e todo o jogo, com trocas de bola pacientes, a chamar as “águias” e a lançar a bola para as costas da defesa contrária em rápidas mudanças de ritmo.

Aos 73 minutos, Paulinho acertou em cheio na barra, ameaçando o Sporting o segundo da noite para as suas cores, que acabaria por surgir aos 78 minutos.

Em mais uma bola longa, Sarabia apareceu isolado frente a Odysseas e atirou a contar.

Paulo Novais / Lusa

Adivinhava-se o tento leonino e esse apareceu com naturalidade, numa altura em que o Benfica parecia desorganizado a defender e a atacar.

E até ao fim, o Sporting esteve sempre mais perto do terceiro do que o Benfica de empatar. As estatísticas finais não deixam dúvidas.

Melhor em Campo

Pablo Sarabia foi o melhor em campo em Leiria. O extremo internacional espanhol esteve em todas.

Primeiro fez a assistência para o empate de Gonçalo Inácio, depois surgiu que nem uma flecha nas costas da defesa do Benfica para fazer o 2-1 que deu o troféu aos “leões”.

Pablo Sarabia arrancou um extraordinário GoalPoint Rating de 8.1, tendo ainda criado uma ocasião flagrante em cinco passes para finalização (máximo do jogo), e recebeu 11 passes aproximativos.

Destaques do Benfica

Jan Vertonghen 6.0 – A experiência do belga permitiu-se fazer um bom jogo, mas acabou por não resistir à quebra generalizada dos seus colegas. Ainda assim terminou com nove acções defensivas, com destaque para dois bloqueios de remate.

Valentino Lázaro 5.7 – O austríaco passou todo o jogo a fazer de “bombeiro”, a acudir às bolas longas dos jogadores do Sporting para as costas da defesa benfiquista. Teve sempre sucesso, até ao minuto 77, altura em que deixou fugir Sarabia. Lázaro voltou a fraquejar no passe, com nove falhados (máximo) e quatro de risco desperdiçados (também máximo), mas fez sete recuperações de posse e um corte decisivo.

Álex Grimaldo 5.7 – Continua a estar menos exuberante, pela missão mais interior que lhe é conferida. Ainda assim fez a assistência para o golo de Everton, recuperou oito vezes a posse de bola e fez cinco desarmes.

Odysseas Vlachodimos 5.5 – Um dos menos culpados. Sofreu dois golos, mas fez duas defesas, ambas a remates na sua área e a menos de oito metros.

João Mário 5.5 – Um dos mais faltosos do jogo (5), foi também, a par de Neto, o que mais sofreu (5). Terminou com três passes super aproximativos e cinco recuperações de posse.

Julian Weigl 5.5 – O alemão dividiu com Meïté as tarefas mais defensivas das “águias” e esteve bem na primeira parte, desaparecendo na segunda. Fez três desarmes, todos na etapa inicial.

Everton 5.3 – Entrou bem, marcou um golo, mostrou qualidade em rasgos individuais, mas após o intervalo eclipsou-se. Destaque para quatro passes ofensivos valiosos.

Destaques do Sporting

Gonçalo Inácio 7.9 – Um golo, de cabeça, e de uma importância vital, pois empatou o jogo no arranque do segundo tempo e quebrou as “águias”. Inácio enquadrou os dois remates que realizou, completou dez de 11 passes longos, fez nove aproximativos e ganhou quatro de seis duelos aéreos.

Feddal 6.6 – Regresso do marroquino às boas exibições. Forte no passe, com 55 completos (máximo da partida), Feddal somou ainda sete acções defensivas, com destaque para três intercepções.

Ricardo Esgaio 6.4 – Imune a críticas, Esgaio fez um grande jogo, começando a ala e terminando a central. Em três cruzamentos teve êxito em dois, foi o jogador com mais acções com bola (73) e registou nove acções defensivas.

Luís Neto 6.2 – O central pode ter sido “comido” no golo de Everton, mas tirando isso esteve sólido, com apenas um passe falhado em 37, e cinco desarmes realizados, máximo do jogo (a par de Grimaldo).

Matheus Reis 6.1 – Muito em jogo (72 acções), fez seis cruzamentos, um com sucesso, sete passes aproximativos e conseguiu somar quatro acções com bola na área contrária.

João Palhinha 5.9 – Escapou pelos pingos da chuva a sanção disciplinar, pois terminou o jogo como o mais faltoso, com sete infracções. Duro, intratável nos duelos, mas sempre leal, Palhinha ganhou quatro de seis duelos aéreos, fez sete recuperações de posse, três acções defensivas no meio-campo contrário, quatro desarmes e três bloqueios de passe.

Matheus Nunes 5.7 – Dono de dois cruzamentos certos em três, o médio esteve muito bem no passe longo, com sete completos em nove, e sempre bem posicionado, facto que lhe permitiu recuperar a posse de bola em dez ocasiões (máximo).

Pedro Porro 5.6 – O espanhol regressou após lesão e deu logo uma energia extra ao flanco direito leonino, nos 27 minutos que esteve em campo. Foi dele o excelente passe longo (assistência) para o golo do compatriota Sarabia.

Paulinho 5.4 – O atacante voltou a não ter sorte. O mais rematador do jogo, com quatro disparos, Paulinho acertou uma vez na barra, ganhou três de cinco duelos aéreos ofensivos e somou o máximo de acções com bola na área contrária (7).

António Adán 5.4 – Fez a primeira defesa nos descontos. Isso diz tudo da noite tranquila que teve.

Resumo

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