Benfica 1-2 Gil Vicente | Gil canta de galo na Luz

Pela segunda época consecutiva, o Gil saiu a cantar de galo do Estádio da Luz. No duelo desta quarta-feira, relativo à 20.ª jornada da Liga Bwin, os gilistas estiveram a vencer por 0-2, fruto dos golos de Samuel Lino e Giorgi Aburjania.

Gonçalo Ramos reduziu para as “águias”, que voltaram a voar baixinho. O pesadelo dos “encarnados” prossegue. A equipa não tem fluidez no seu jogo, actua aos soluços e treme à primeira contrariedade.

Mérito dos gilistas, que foram organizados, souberam explorar as debilidades contrárias e demonstraram o porquê de ocuparem o quinto lugar na prova.

A equipa de Ricardo Soares não perde no campeonato há oito jogos e saiu vitoriosa em quatro dos últimos cinco embates em que actuou.

O relógio marcava dez minutos quando Samuel Lino arrancou junto à linha lateral, galgou vários metros, combinou com Pedrinho, fez o que quis da equipa “encarnada” e abriu a contagem.

Um golo que coloca a nu algumas das inúmeras debilidades da equipa benfiquista – passividade, falta de coordenação e contundência na recuperação da bola e dificuldades já conhecidas e detectadas pelos adversários no controlo da profundidade e da largura.

Sorriam os gilistas, que ainda ameaçaram o 0-2 por Leautey (20’) e Talocha (40’). As “águias” desperdiçaram uma ocasião flagrante por Gonçalo Ramos (23’) e viram Vertonghen obrigar Andrew a excelente intervenção.

Samuel Lino era o elemento em destaque ao cabo por primeiros 45 minutos, com um rating de 6.5. Além do golo, gizou um passe para finalização e recuperou a posse por cinco vezes.

António Cotrim / Lusa

Nem com as entradas de João Mário e de Rafa a formação da Luz melhorou, pois pertenceram aos minhotos os dois primeiros remates da etapa final.

Vlachodimos ainda adiou o 0-2 a Leautey, mas nada conseguiu fazer quando Aburjania saltou e cabeceou de forma certeira.

Com os nervos em franja, sem conseguir trocar três passes seguidos em progressão e com um deserto de ideias, o Benfica ainda encurtou distâncias por Gonçalo Ramos, viu Paulo Bernardo falhar o empate já em período de descontos, mas nada maquilha mais uma exibição paupérrima…

Do outro lado, os timoneiros de Ricardo Soares aterraram em Lisboa com a lição bem estudada, demonstraram organização, personalidade e deram um “banho táctico” – organização superlativa, a explorar os três corredores e a disparar “veneno” nos momentos certos.

O Benfica somou a quarta derrota na Liga – três em casa -, igualando o seu registo alcançado em toda a edição anterior do campeonato.

Melhor em Campo

A jogar “de cadeirinha”, Pedrinho aproveitou todo o espaço que lhe foi concedido para espalhar classe no palco da Luz.

Sempre de cabeça levantada, ofereceu o 0-1 a Samuel Lino e o segundo a Aburjania.

O “maestro” dos minhotos alcançou ainda cinco passes para finalização, destacou-se no capítulo do passe com uma eficácia de 90% – 46 certos em 51 tentados -, sete passes aproximativos, seis passes longos certos, dez recuperações de bola e sofreu três faltas.

Atacou e defendeu com qualidade, foi o cérebro do Gil neste triunfo e o MVP do encontro com um GoalPoint Rating de 7.7.

Destaques do Benfica

Grimaldo 7.6 – O espanhol foi a “águia” com melhor nota, com seis passes para finalização, um remate, sete passes aproximativos, quatro acções defensivas no meio-campo contrário, cinco desarmes e três intercepções.

Gonçalo Ramos 6.4 – O jovem avançado lutou, marcou no único dos cinco remates que conseguiu enquadrar ao alvo, contabilizou 16 acções com a bola na área do Gil e levou a melhor em cinco dos oito duelos aéreos ofensivos em que interveio.

Vlachodimos 6.3 – Sem culpas dos dois golos sofridos, o grego ainda foi testado em mais quatro ocasiões, respondendo sempre à altura.

Everton 6.2 – Na primeira parte foi dos poucos a tentar imprimir alguma imprevisibilidade ao futebol benfiquista, foi desaparecendo e saiu de cena aos 62 minutos, com dois remates, três passes valiosos e cinco acções com a bola na área adversária.

Vertonghen 6.1 – Foi pouco acutilante e fica mal na fotografia no lance do 0-2, e já no golo inaugural é um dos inúmeros protagonistas que estenderam a passadeira a Samuel Lino. Ainda tentou redimir-se com dois remates perigos, nove passes aproximativos e três intercepções.

Diogo Gonçalves 6.1 – Abandonou o jogo ao intervalo com cinco passes valiosos, três conduções aproximativas e dois passes aproximativos. E muitas decisões dúbias.

Weigl 5.9 – O alemão foi tentando dar algum discernimento ao futebol da equipa, mas sem muito sucesso – 11 passes falhados em 65 – e 13 perdas de bola.

Meité 5.6 – O médio foi titular pela segunda partida seguida, mas saiu ao descanso. Agarrou-se muito à bola e não conseguiu imprimir velocidade aos processos do conjunto “encarnado”. Criou dois passes para finalização e recuperou a posse por cinco vezes.

Otamendi 5.5 – O argentino regressou mais cedo da selecção argentina e foi titular. Ainda marcou ao minuto sete, mas o lance foi anulado por Artur Soares Dias. Fez dois remates, quatro conduções aproximativas e três intercepções.

Paulo Bernardo 5.3 – Nem sempre tomou as melhores decisões – dois passes de risco falhados, três desarmes consentidos e dois maus controlos de bola -, mas nunca se rendeu e foi tentando remar contra a maré com quatro remates, cinco passes valiosos, 11 recuperações de posse, seis intercepções, outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário. Ficou a centímetros de empatar já no período de descontos.

Henrique Araújo 5.2 – Estreou-se na Liga, contabilizando 12 acções com a bola, seis passes certos em seis tentados e sofreu uma falta. Mostrou vontade e carácter.

Rafa 5.0 – Regressou aos relvados após ter falhado a “final four” da Taça da Liga devido à Covid-19. É dele a assistência para o golo de Gonçalo Ramos, visou o alvo contrário por quatro vezes (dois tiros enquadrados).

Destaques do Gil Vicente

Aburjania 6.8 – Surgiu na vaga do habitual titular Vítor Carvalho e justificou a escolha. Marcou o segundo tento, no único remate que fez, destacando-se, também, no capítulo do desarme (sete, máximo na partida) e sofreu três faltas.

Samuel Lino 6.5 – Está “on fire” e sempre que pegou na bola deixou os adversários em sentido. No golo que apontou, o sétimo na Liga, deixou a equipa benfiquista de rastos – acerto em quatro dos cinco dribles feitos. Recebeu dez passes aproximativos, ajudou a defender com 11 recuperações de posse e seis desarmes. O Atlético Madrid não se enganou quando assegurou os préstimos do brasileiro.

Andrew 6.2 – Outra das surpresas no “onze”, entrou algo nervoso, mas estabilizou e ajudou a equipa com quatro intervenções, três das quais em remates feitos na área.

Resumo

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