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Benfica 1-1 Moreirense | Águia mantém quarentena e perde liderança

O Benfica não foi além de um empate em casa, 1-1 com o Moreirense, alcançado de penálti, já perto do fim do jogo, e perdeu a liderança da Liga NOS para o FC Porto, que ganhou 2-0 ao Santa Clara, nos Açores e consumou uma grande recuperação na tabela.

Num jogo amplamente dominado pelas “águias”, os visitantes, contudo, controlaram sempre as operações, fecharam os caminhos para a sua baliza e marcaram num dos poucos lances de ataque do segundo tempo.

Já quando poucos esperavam pela derrota, Pizzi, que falhara uma grande penalidade no início do segundo tempo, lá resgatou um ponto para os “encarnados”, na recarga após falhar novo castigo máximo. Quatorze jornadas depois há nova liderança no campeonato, com o Benfica a prosseguir numa “quarentena” de maus resultados.

O jogo explicado em números

  • O Benfica entrou em campo com o mesmo “onze” que bateu o Gil Vicente, e fê-lo com uma superioridade que, ao primeiro quarto-de-hora, mostrava 73% de posse de bola e 89% de eficácia de passe.
  • Contudo, foi o Moreirense a usufruir da primeira grande oportunidade, aos 13 minutos, quando um remate de Filipe Soares tabelou num defesa do Benfica e chegou a Fábio Abreu no coração da área anfitriã. Porém, o atacante, completamente isolado, desequilibrou-se e desperdiçou o lance.
  • Aos 23 minutos, Lazar Rosic impediu que Carlos Vinícius facturasse, após o atacante benfiquista ultrapassar Mateus Pasinato. Isto numa fase em que as “águias” começavam a empurrar o seu adversário e a impedir transições rápidas… excepto aos 26 minutos, quando Fábio Abreu, isolado, permitiu o corte de Vlachodimos, que se saiu da baliza para evitar o golo.
  • À meia-hora o domínio “encarnado” cifrava-e em 76% de posse de bola, cinco remates, três deles enquadrados, contra cinco disparos do Moreirense, todos sem a melhor direcção. Por esta altura, o médio visitante, Alex Soares, registava o melhor rating, um 6.0 que reflectia dois passes para finalização e três desarmes. Adel Taarabt era o melhor benfiquista, com 5.8, ele que registava já dois dribles eficazes em três tentativas, ambos no último terço.
  • Rúben Dias esteve quase a marcar aos 37 minutos, a concluir uma bela jogada colectiva em que o central participou com um desvio ao segundo poste, com a bola a sair rente ao ferro direito da baliza forasteira. E a seguir foi Grimaldo a acertar nesse mesmo poste, na sequência de um cruzamento traiçoeiro. A bola não queria entram nem numa, nem na outra baliza.
  • Superioridade total do Benfica em quase todos os momentos do jogo, desde a posse de bola (73%) aos remates (12 contra cinco, com 5-0 em disparos enquadrados), contudo, olhando para os expected goals (xG) construídos pelas duas equipas, o empate foi total (0,9), o que volta a demonstrar as fragilidades defensivas dos comandados de Bruno Lage. Mateus Pasinato, o guarda-redes do Moreirense, era o melhor em campo ao descanso, com um GoalPoint Rating de 6.4. O brasileiro registava nesta fase quatro defesas, duas a remates na grande área.
  • O enguiço quase foi quebrado logo no arranque do segundo tempo. Tomás Tavares cruzou da direita, a bola embateu em Gabrielzinho e o árbitro assinalou braço na bola na grande área. Pizzi, na cobrança da grande penalidade, atirou ao lado.
  • Aos 50 minutos entrou mesmo: Tavares cruzou de primeira, tenso, da direita, a bola bateu em Pizzi, foi ao ferro, e Rafa foi mais lesto que toda a defesa e empurrou para o fundo das redes. Mas o árbitro anulou por mão de Pizzi no lance.
  • O jogo voltava a ser de sentido único e o Benfica chegou à hora de jogo com 80% de posse de bola, embora só dois remates, nenhum enquadrado. O recém-entrado Dyego Sousa obrigou, de cabeça, Mateu Pasinato a nova boa intervenção nesta fase do jogo, altura em que o Moreirense tinha… 30% de eficácia de passe.
  • Mas o que interessa é mesmo as bolas que entram na baliza e, aos 67 minutos, o Moreirense marcou. Num rápido ataque pela esquerda, Abdu Conté cruzou tenso e o goleador Fábio Abreu apareceu a encostar para o 1-0, que gelou o Estádio da Luz. Primeiro remate forasteiro no segundo tempo, primeiro golo.
  • Os cónegos marcaram apenas na segunda acção com bola na área benfiquista no segundo tempo, numa altura em que o Benfica continuava com uma posse de bola perto dos 80%, mas sem ideias para abrir a defesa contrária.
  • O jogo encaminhava-se para o fim com o Moreirense confortável a afastar o “chuveirinho”, perante um Benfica já descrente. Mas aos 89 minutos, o árbitro assinalou penálti, por falta de Alex Soares sobre Franco Cervi. Pizzi, chamado a converter, permitiu a defesa a Pasinato, mas na recarga não desperdiçou, alcançando o empate ao sétimo remate benfiquista no segundo tempo, quarto enquadrado. Mas já não havia tempo para mais.

O melhor em campo GoalPoint

Que grande exibição do guarda-redes do Moreirense. Mateus Pasinato tem sido uma das figuras dos cónegos esta temporada e esta segunda-feira, na Luz, brilhou intensamente.

O brasileiro registou um GoalPoint Rating de 7.4, fruto de oito defesas, máximo desta 23ª jornada, quatro delas a remates na sua grande área, incluindo uma grande penalidade – apesar de não ter evitado o golo na recarga.

Tiago Petinga / Lusa

Jogadores em foco

  • Ferro 6.9 – O melhor do Benfica foi um dos seus centrais. Muito criticado nos últimos tempos, a verdade é que o jovem esteve muito certo, a defender e a construir lances de ataque. Para além de dois remates enquadrados, só falhou quatro de 79 passes, completou dez de 13 longos e somou impressionantes 23 passes progressivos eficazes.
  • Pizzi 6.9 – Jogo esquisito do médio benfiquista. Foi sempre dos melhores da equipa “encarnada” ao longo da partida, mas desperdiçou uma grande penalidade no arranque da segunda parte, e uma outra no final, embora tenha marcado na recarga. Pizzi conseguiu expected goals de 2.2, enquadrou quatro de sete remates, fez quatro passes para finalização, somou o máximo de acções com bola da partida (112) e teve sucesso em três de seis tentativas de drible. Mas desperdiçou duas ocasiões flagrantes (os tais penáltis).
  • Álex Grimaldo 6.6 – O espanhol está longe da melhor forma, nem sempre acompanha os ataques com a energia de outros tempos, provocando passes dos colegas para a linha lateral. Mas quando se integra no ataque, deixa a sua marca: três remates, um ao ferro, quatro passes para finalização e dez cruzamentos (nenhum eficaz).
  • Adel Taarabt 6.2 – Algo trapalhão em certos momentos, ainda assim o marroquino foi dos mais esclarecidos do Benfica, em especial na primeira parte. Foi desaparecendo aos poucos do jogo, mas terminou com 89% de eficácia de passe, dois passes para finalização e dois drible certos em quatro, ambos no último terço.
  • Andreas Samaris 6.1 – Jogo positivo do grego, com alguns números muito interessantes. Para além de ter sido o segundo jogador mais interventivo na partida (110 acções com bola), Samaris acertou dez de 14 passes e somou 13 recuperações de posse, máximo do encontro.
  • Fábio Abreu 5.4 – A nota do avançado angolano é muito prejudicada pelo facto de ter desperdiçado uma ocasião flagrante no primeiro tempo. No segundo fez um golo que gelou a Luz e já leva cinco jogos consecutivos a marcar, sendo a maior série da Liga neste capítulo até ao momento, à frente dos quatro de Tiquinho Soares e Carlos Vinícius.

Resumo

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