(dr) Marjolein Admiraal
Objetos encontrados no Brasil são as evidências mais antigas de produção de bebidas alcoólicas no Rio Grande do Sul.
A Lagoa dos Patos foi o palco de novas evidências que provam que já havia consumo de álcool antes do nascimento de Jesus Cristo.
Este estudo revela as evidências mais antigas de produção de bebidas alcoólicas no Rio Grande do Sul, no Brasil.
Os fragmentos de cerâmica encontrados remontam a uma época entre 1.200 e 2.300 anos atrás.
As margens da Lagoa dos Patos têm montes de terras assentados conhecidos como “cerritos”, construídos por ancestrais de grupos indígenas, explica a Revista Galileu.
E este material encontrado sugere que as bebidas alcoólicas daquela altura eram feitas com vegetais: tubérculos, milho doce ou palma, entre outros.
Os mesmos fragmentos de cerâmica mostram como era feito o processamento de peixes e a preparação de alimentos através de aquecimento, armazenamento e, possivelmente, fermentação.
Os autores do estudo revelam que os lipídios derivados microbianos foram predominantemente associados a produtos vegetais, sugerindo que as plantas eram fermentadas, presumivelmente para produzir bebidas alcoólicas.
As comunidades dispersas foram atraídas para estes montes sazonalmente para explorar e celebrar o retorno da migração de peixes.
Assim é reforçada a ideia de que os povos pré-coloniais se reuniam à volta dos montes para celebrar e realizar banquetes.
Eram montes com significado simbólico: marcavam território, eram monumentos e local de sepultamento.
E há uma importância cultural significativa: elevá-los acima da erosão iria proteger as pessoas das águas altas sazonais.
