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BCE mantém taxas de juro em mínimos, mas vem aí “um ciclo de subidas” (e o fantasma da recessão)

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WEF / Wikimedia

Christine Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, admitiu que a instituição pode vir a subir as taxas de juro este ano devido à subida da inflação na Zona Euro. Os economistas preveem “um ciclo de subidas” e a Euribor, que norteia os juros do crédito à habitação, já dá sinais disso.

O BCE mantém, para já, as taxas de juro em mínimos, mas Lagarde já admite uma subida devido à necessidade de controlar a inflação crescente na Zona Euro.

A presidente do BCE adiou para Março uma eventual mudança na actual política de estagnação daquelas taxas, numa altura em que haverá mais dados económicos para decidir.

Contudo, pode adivinhar-se já um aumento, em linha com o que está a acontecer noutros bancos centrais que já iniciaram o processo de subida das taxas de juro, como é o caso do Banco de Inglaterra (BdI), ou que estão a preparar-se para isso.

Recentemente, o BdI subiu duas vezes as taxas de juro e “quatro membros defendiam subidas mais agressivas, uma vez que se perspectiva que a inflação possa atingir os 7% ainda durante o primeiro semestre de 2022”, realça o economista Pedro Lina num artigo de opinião no Jornal Económico.

O também administrador da DIF Broker Sociedade Financeira de Corretagem e da Optimize Investment Partners lembra, ainda, que a Reserva Federal norte-americana “não descarta até sete subidas de taxas de juro este ano, bem como subidas mais expressivas de 0,5%”.

Neste cenário, o BCE “começa também a estar fortemente pressionado” para “manter a inflação próxima dos 2%” e, ao mesmo tempo, para “manter a estabilidade e coesão do euro, evitando uma nova crise de dívida”, salienta Pedro Lino.

Itália e Grécia estão, nesta altura, “no epicentro das preocupações do BCE” e a “condicionar a velocidade da subida dos juros na zona euro”, considera Pedro Lino.

Contudo, o economista frisa que os mercados já se começam a preparar para “até três subidas de 0,1% cada em 2022 por parte do BCE” nas taxas de juro. Assim, “em 2023, teremos as taxas Euribor a seis e doze meses, que são a referência para os créditos à habitação, em terreno positivo pela primeira vez desde 2015“, como analisa o administrador da DIF Broker.

A confirmar-se esse cenário, o rendimento das famílias ficará afectado, o que terá consequências para o consumo e, logo, para o PIB (Produto Interno Bruto).

E é certo que “uma subida demasiado rápida” das taxas de juro “poderá pôr em causa a recuperação económica” da Zona Euro, como destaca ainda Pedro Lino.

Deste modo, o economista alerta que “um erro na gestão deste fim de ciclo é o suficiente para uma recessão e o regresso da incerteza quanto à estabilidade”.

Taxas Euribor já dão sinais de subida

As taxas Euribor subiram, nesta sexta-feira, a três, a seis e a 12 meses em relação a quinta-feira, mas continuam em terreno negativo.

A Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, avançou hoje para -0,473%, mais 0,026 pontos do que na sessão anterior, contra o actual mínimo de sempre, de -0,554%, verificado em 20 de Dezembro.

No prazo de 12 meses, a Euribor também subiu, tendo sido fixada em -0,346%, mais 0,077 pontos do que na quinta-feira, contra o actual mínimo de sempre, de -0,518%, verificado em 20 de Dezembro.

A três meses, a Euribor avançou para -0,548%, mais 0,003 pontos, contra o actual mínimo de sempre, de -0,605%, registado em 14 de Dezembro.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro directoras do BCE.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Para nós portugueses não vai haver problemas, temos um super-homem a governar-nos que não falhará nenhuma das suas promessas como de costume!

  2. Christina Lagarte ex Diretora do FMI em 2019 disse no Japão que os idosos viviam tempo de mais, há que fazer algo, dado a economia Global está com despesas excessivas.
    Pois há muitas despesas com os idosos desde medicação, lares, reformas etc… etc…é de uma louca.
    Pois é, em 2019 apareceu o coronavírus e em Fevereiro de 2020 apareceu na Europa!
    Será coincidência?

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