Dois países que pouco aparecem nas notícias quase chegaram a um conflito internacional… caricato. Viajemos até à Roménia e ao Chade.
A Roménia fica no leste da Europa. O Chade fica no centro de África.
Não são propriamente os países mais distantes, já que 3 430 quilómetros não
é a maior distância entre dois países do nosso planeta.
Também não são propriamente vizinhos, não são os países mais próximos. Mas há um contexto que os aproxima. E muito.
Roménia e Chade quase não têm relações, quer diplomáticas, quer comerciais. Não há acordos comerciais directos relevantes, que se saiba; o Chade não tem embaixada da Roménia, a Roménia não tem embaixada de Chade.
Chegou a haver 120 militares romenos em Chade, dentro de um esforço europeu naquele país africano e na República Centro-Africana. Então o que os aproxima? A bandeira.
Vamos recordar a bandeira da Roménia:
E agora espreitamos a bandeira do Chade:
Pois. “Descubra as diferenças”.
De facto, as bandeiras nacionais de Roménia e Chade são praticamente iguais. Talvez uma ligeira variação no sombreado? Azul mais escuro? Mas diferenças imperceptíveis numa primeira análise.
E claro que surge a pergunta: “Quem nasceu primeiro?“.
Bom, também aqui a resposta é complexa. Numa reacção imediata, diríamos Chade – tem esta bandeira desde 1959, o ano seguinte à sua independência.
A Roménia usa esta bandeira desde 1989, mas… já a tinha desde 1866.
Explicamos: esta foi a bandeira até 1947, antes de a Roménia se tornar República Socialista da Roménia (ligada à URSS, sim). Aí a bandeira manteve as cores mas ganhou um brasão ao centro.
Perto do fim da URSS, em 1989, a Revolução da Roménia acabou com o regime comunista e estabeleceu a actual Roménia.
Ou seja, a Roménia recuperou a bandeira que tinha. Mas, entretanto, durante a “era” da bandeira romena com o brasão, surgiu a bandeira do Chade.
Ficaram duas bandeiras iguais.
E agora? Agora… nada.
Como noticiava a BBC, há 20 anos ainda surgiram informações na Roménia de que o Governo de Chade tinha levado o assunto à Organização das Nações Unidas (ONU).
Mesmo assim, o presidente da Roménia na altura, Ion Iliescu, assegurou que a bandeira do seu país não iria mudar: “O tricolor pertence-nos. Não vamos desistir da nossa bandeira“.
Além disso, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Roménia, a bandeira ficou registada oficialmente na Convenção de Paris de 1997, no âmbito de protecção de propriedade industrial – que é gerida por uma agência especializada da ONU. Se alguém tivesse uma reclamação para fazer, só tinha um ano para o fazer; e nenhuma queixa foi registada.
Conclusão: dois países, bandeiras quase iguais. E assim continuam.
Já agora… Que tal a bandeira de Andorra?
A falta de imaginação impera em todos os cantos do mundo. Se ao criarem uma nova bandeira, fizessem uma análise mínima das bandeiras existentes naquele momento, não passariam por uma situação ridícula destas!
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