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Banda Desenhada à solta na Amadora

Numa das principais entradas na Amadora, no Alto Maduro, estão a ser pintados elementos gráficos dos cartazes do festival de banda desenhada, numa iniciativa que pretende levar a 9.ª arte para a rua, anunciou hoje a câmara.

O Festival Internacional de Banda Desenhada – Amadora BD já conta com 25 edições e a autarquia apostou em «associar a reabilitação urbana à importância que o festival tem para a cidade», explicou à agência Lusa a presidente do município, Carla Tavares.

«Entendemos que em toda aquela zona de entrada da cidade fazia sentido reproduzir em pintura rural os diversos cartazes alusivos ao festival, em homenagem à 9.ª arte», acrescentou a autarca.

A intervenção desenvolve-se em muros e empenas de edifícios do eixo urbano da Rua Gonçalves Ramos, Avenida D. Filipa de Lencastre e Estrada de Queluz (Alto Maduro), entre o cruzamento dos Comandos e o antigo centro comercial Lido.

CarlaTavares.Amadora2013 / Facebook

Carla Tavares, presidente da Câmara Municipal da Amadora (PS)

Carla Tavares, presidente da Câmara Municipal da Amadora (PS)

«A nossa ideia é estendê-la o mais possível pelas zonas da cidade, em empenas de prédios, e de alguma forma trazer a 9.ª arte para a rua, e que as pessoas se relacionem diariamente com a banda desenhada», frisou Carla Tavares.

A autarca salientou não se tratar de reabilitação urbana, com recuperação do edificado, mas de uma intervenção de arte urbana numa área mais degradada.

Esta entrada na cidade «fica muito beneficiada e dá uma imagem mais agradável» e «quem chega vai associar naturalmente à banda desenhada, o que é importante também enquanto estratégia para projetar a cidade», admitiu a presidente da autarquia.

Carla Tavares reconheceu que algumas pessoas ficaram incomodadas com as cores, mas com a execução do projeto «começam a ter uma reação mais positiva».

Fases da intervenção

As reuniões com a junta de freguesia e com moradores serviram para esclarecer as diferentes fases da intervenção, iniciada com a regularização dos muros e das paredes dos imóveis e posterior aplicação das pinturas murais planeada pela Apaurb – Associação Portuguesa de Arte Urbana.

«Partindo das técnicas de harmonização com o fundo passou-se à distribuição dos elementos pelos espaços disponíveis nesta correnteza e selecionaram-se os elementos dos cartazes para encaixar nos espaços disponíveis», esclareceu Pedro Soares Neves, da Apaurb.

O antigo ‘graffiter’, que investiga a ‘street art’ na Faculdade de Belas Artes, procurou “fazer uma lógica de aproximação às cores que existiam no território” e, depois de alguma estranheza, as pessoas passaram a olhar de forma diferente para estes “miúdos com uma lata de spray na mão”.

«Os próprios proprietários dos muros e das empenas estão a aproveitar para avançar com algum pequeno tipo de reabilitação e de pintura», sublinhou Pedro Neves, aludindo ao impacto que a iniciativa pode ter na comunidade.

Apesar de a intervenção não ter a ver «propriamente com a subcultura que está relacionada com o ‘graffiti’», Pedro Neves notou que «o contexto cultural e as pessoas que desenvolvem este tipo de atividades ainda têm muito para serem influenciadas pela experiência» dos 25 anos do festival de banda desenhada.

A intervenção deve ficar concluída na primeira quinzena de setembro e representa um investimento municipal de cerca de 70 mil euros, incluindo a reparação e preparação de alguns muros e empenas de edifícios que ganharam uma nova imagem para a cidade.

/Lusa

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