Cientistas descobriram que as belugas e as narvais, dois tipos diferentes de baleia, também passam pela menopausa como as mulheres.
A maior parte dos animais mantém a capacidade reprodutora durante toda a vida e, até agora, sabia-se que três espécies têm menopausa: para além das mulheres, estão também incluídos neste grupo as orcas e as baleias-piloto-de-aleta-curta.
Esta é uma lista que se acaba de alargar a cinco espécies, depois de cientistas das Universidades de Exeter, em Inglaterra, de York, no Canadá, e do Centro de Investigação de Baleias, nos EUA, terem descoberto duas novas espécies de baleia que também passam por este processo: beluga, também conhecida por baleia-branca, e a narval.
O novo estudo, publicado esta segunda-feira na revista científica Scientific Reports, analisou dados de baleias mortas de 16 espécies, nas quais foram encontrados ovários dormentes nas belugas e nas narvais.
Os investigadores acreditam que as fêmeas mais velhas são úteis para os grupos mas, se continuassem a reproduzir-se até à velhice, os animais mais jovens iriam estar a competir com as suas crias mais recentes.
“Para que a menopausa faça sentido em termos evolutivos, uma espécie precisa tanto de uma razão para deixar de reproduzir como de uma para continuar a viver depois disso”, afirma Sam Ellis, da Universidade de Exeter, num comunicado citado pelo Independent.
“No caso das orcas, o motivo para deixarem de reproduzir é que tanto os machos como as fêmeas ficam com as mães toda a vida e por isso, à medida que a fêmea alarga o grupo, este fica formado pelos seus filhos e netos”.
“Este aumento do grau de parentesco representa que, se a fêmea continua a ter crias, estas acabariam por competir consigo por recursos como comida. A razão para continuarem a viver é o facto de a sua presença ser muito benéfica para os seus filhos e netos. Por exemplo, o seu conhecimento sobre onde arranjar comida ajuda o grupo a sobreviver”, lê-se na mesma nota.
De acordo com o jornal britânico, o mesmo estudo também sugere que as baleias-brancas e as narvais podem ter partilhado um ancestral comum.
As investigações sugerem ainda que este fenómeno também aconteceu no caso dos nossos antecessores, combinado com os benefícios que as mulheres idosas representavam para o grupo social, o que “pode explicar porque é que a menopausa evoluiu“.