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Baleia rara encontrada na Austrália pode ser primeiro caso de retrocesso evolutivo

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(dr) South Australian Museum

A baleia bicuda encontrada no sul da Asutrália poderá ser o primeiro caso conhecido de um retrocesso evolutivo

A baleia bicuda encontrada no sul da Asutrália poderá ser o primeiro caso conhecido de um retrocesso evolutivo

Deu à costa numa praia australiana uma misteriosa baleia que desconcertou a comunidade científica, segundo a qual este poderá ser o primeiro caso conhecido de um retrocesso evolutivo.

Poderá ter sido encontrado o primeiro caso conhecido de um retrocesso evolutivo, numa baleia com dois pequenos dentes – onde não era suposto que os tivesse.

A baleia em causa foi encontrada morta esta quinta-feira numa praia de Waitpinga, no sul da Austrália, e parece ser um espécimen da família das baleias-bicudas, ou Ziphiidae.

Estes cetáceos do fundo do oceano, animais discretos que raramente se deixam observar, atingem dimensões apreciáveis, chegando aos 12 metros de comprimento.

Ao examinar o cadáver, investigadores do Museu da Austrália do Sul constataram que o mamífero tinha dois dentes inesperados, nunca antes vistos em espécimenes da família Ziphiidae.

“Foi muito estranho, porque começámos a examinar mandíbula, uma das partes mais características das baleias, não tínhamos dúvidas de que era uma baleia-bicuda, e de repente encontrámos dois dentes que nunca tínhamos visto”, conta a bióloga Catherine Kemper à cadeia de televisão ABC.

(dr) South Australian Museum

Os dois dentes a mais, que irrompem acima da linha da mandíbula da baleia-bicuda encontrada, não deviam existir - muito menos numa fêmea, diz a investigadora Catherine Kemper

Os dois dentes a mais, que irrompem acima da linha da mandíbula da baleia-bicuda encontrada, não deviam existir – muito menos numa fêmea, diz a investigadora Catherine Kemper

“Só consegui pensar, será que encontrámos aqui uma espécie nova?”, diz a investigadora.

“Estes dois dentes a mais não deveriam existir – muito menos numa fêmea desta espécie, cujos dentes não chegam a nascer”, acrescenta Kemper.

Contactados pelos cientistas australianos, investigadores do Smithsonian Institute, nos Estados Unidos, não conseguiram encontrar explicação para a existência destas duas presas vestigiais.

Segundo os cientistas, estes dentes misteriosos não aparentam ser uma deformação da mandíbula, mas antes uma espécie de “retrocesso evolutivo” – como se o animal tivesse recuperado do passado longínquo uma característica genética esquecida.

Assistir aos noticiários na TV poderá ter-nos feito acreditar que o retrocesso evolutivo nos mamíferos era algo comum. Mas este é mesmo o primeiro caso encontrado pela ciência.

ZAP

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