É uma ave grande mas não voa. Pensava-se que tinha desaparecido da Terra, durante décadas.
Há espécies que estão em vias de extinção.
Há espécies que já desapareceram mesmo.
E há espécies que se pensava que tinham desaparecido mas, afinal, existem.
É o caso da takahē. Durante décadas pensou-se que não havia nenhuma destas aves; mas há.
As investigações sugerem que já existem em Aotearoa, na Nova Zelândia, no mínimo desde o período do Pleistoceno, ainda na pré-História.
Aliás, Tūmai Cassidy, da tribo local Ngāi Tahu, disse ao jornal The Guardian que as takahē têm mesmo “um aspeto quase pré-histórico. Muito largas e ousadas”.
Olhando de frente, fica a sensação de que têm um corpo redondo. Com penas azuis esverdeadas, empoleirados em duas longas pernas vermelhas e brilhantes, protagonizam um espectáculo peculiar.
Estas aves têm outras particularidades: evoluíram sem mamíferos terrestres nativos por perto, adaptaram-se para preencher os nichos do ecossistema que os mamíferos viriam a ocupar – e não voam.
É uma ave relativamente grande, normalmente com meio metro, vive nas montanhas, mas não voa.
Na semana passada, precisamente na Nova Zelândia, a tribo Ngāi Tahu ficou especialmente feliz quando soube que 18 takahē foram libertadas.
O momento decorreu no vale do Lago Whakatipu Waimāori, uma zona alpina da Ilha do Sul da Nova Zelândia. Seguiram para encostas onde não se viam estas aves a vaguear há um século.
Referimos a tribo Ngāi Tahu porque os seus antepassados conviveram com estas aves, em terras que foram palco de lutas pelo seu domínio.