Autoridades retomam controlo total do Cazaquistão. Presidente denuncia tentativa de golpe de Estado

STR / EPA

Uma semana depois do início dos tumultos e enormes protestos no Cazaquistão, as autoridades do país afirmam que já retomaram o controlo de todas as regiões do país e já se nota um ambiente mais calmo em Alma-Ata, a maior cidade do país, apesar da destruição ainda ser evidente, com janelas partidas e prédios queimados.

A internet também voltou à cidade, aponta a BBC, depois do sinal ter sido cortado na quarta-feira. Alguns supermercados voltaram a abrir no domingo e segundo a Magnum, a maior cadeia no país, 15 das 68 lojas em Alma-Ata foram pilhadas e vandalizadas.

Segundo os cálculos do governo, os prejuízos dos actos de vandalismo chegam aos 175 milhões de euros, cita o Público. Quase 8000 pessoas foram detidas, de acordo com o Ministério do Interior.

Houve também 164 mortes, revela o Ministério da Saúde, uma grande subida relativamente aos dados iniciais que apontavam para cerca de 20 mortos.

As autoridades disseram ter recuperado o controlo dos edifícios administrativos ocupados pelos manifestantes que apelidam de “terroristas” com apoio estrangeiro.

O ex-chefe da agência antiterrorismo do Cazaquistão Karim Masimov foi detido por suspeitas de tentar derrubar o Governo, poucos dias depois de ter sido demitido do cargo de chefe do Comité de Segurança Nacional por Tokayev.

A onda de contestação começou a 2 de Janeiro, depois de um aumento nos preços do gás e do petróleo liquefeito (GPL), um combustível muito usado no Cazaquistão devido ao seu preço atractivo.

Os protestos começaram na zona ocidental do país, onde a exploração petrolífera é importante, mas rapidamente se alastraram ao resto do país e o Cazaquistão rapidamente mergulhou numa escalada de violência sem precedentes desde a sua independência.

O Presidente do país descreveu os tumultos como uma “tentativa de golpe de Estado” levada a cabo por “combatentes armados” e negou que as forças de segurança tivessem disparado contra “manifestantes pacíficos”, depois de ter sido noticiado que tinha ordenado que os militares atirassem sobre os protestantes.

“Os grupos de combatentes armados esperaram pelo momento certo para entrarem em ação. O objetivo era evidente (…) tratou-se de uma tentativa de golpe de Estado”, disse Kassymn-Jomart Tokaiev num contacto que estabeleceu com o presidente russo, Vladimir Putin, e outros presidentes de países da região.

O líder continua a afirmar que os protestos foram influenciados por forças externas e que muitos cidadãos estrangeiros estão entre os detidos. O estado de emergência e o recolher obrigatório continuam.

As forças russas que têm ajudado o governo, enviadas a pedido de Tokaiev, têm

têm estado envolvidos na segurança de “instalações estratégicas”, embora não tenham sido revelados mais pormenores. No entanto, alguns jornais internacionais afirmam que as forças de manutenção de paz estrangeiras têm estado a patrulhar o aeroporto de Alma-Ata, que deve reabrir na segunda-feira, e o cosmódromo de Baikonur, usado pela Rússia para os lançamentos de satélites e missões espaciais.

Os militares estrangeiros foram enviados para o Cazaquistão depois de Tokaiev ter pedido a intervenção da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC), uma aliança militar composta por seis antigos Estados que pertenciam à União Soviética (Rússia, Cazaquistão, Bielorrússia, Arménia, Tajiquistão e Quirguistão) que funciona em termos idênticos à NATO. Os estados aliados autorizaram o envio de 2500 soldados para uma missão de “pacificação” que pode durar várias semanas.

Last week, troops from countries including Russia were sent to Kazakhstan to help restore order.

The presidential statement added that the situation had stabilised, with troops continuing “cleanup” operations and guarding “strategic facilities”.

A state of emergency and a nationwide curfew remain in place.

ZAP // Lusa

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