Autarquias estão a proibir a adoção de animais na época natalícia

As câmaras estão a banir as adoções de animais nas vésperas do Natal para tentar evitar abandonos ou devoluções após a época festiva.

Várias autarquias portuguesas decidiram suspender ou reforçar os cuidados nos processos de adoção de animais durante a época natalícia. O objetivo principal é evitar decisões impulsivas que possam resultar no abandono dos animais.

Entre as câmaras que suspenderam temporariamente as adoções estão Braga, Porto, Viana do Castelo, Famalicão, Tomar, Sobral de Monte Agraço, São João da Madeira e Alpiarça. A medida visa alertar para o compromisso vitalício associado à adoção de animais, refere o JN.

No Porto, por exemplo, as adoções estarão suspensas de 16 de dezembro a 6 de janeiro. Segundo o município, a decisão pretende sublinhar que “um animal não é um presente” e incentivar uma reflexão prévia para evitar devoluções ou abandonos futuros. Sobral de Monte Agraço adota uma abordagem semelhante desde 2012, proibindo as adoções em dezembro.

Por outro lado, há opiniões divergentes sobre a eficácia desta estratégia. A Animalife, uma associação de proteção animal, critica a suspensão das adoções, argumentando que seria manter as adoções e implementar “processos rigorosos de avaliação e acompanhamento pós-adoção“.

“Impedir as adoções nesta altura não resolve o problema do abandono, pelo contrário, retira aos animais a possibilidade de encontrarem lares responsáveis e perpetua o sofrimento em abrigos”, defende Rodrigo Livreiro, presidente da associação.

Enquanto algumas autarquias reforçam os cuidados sem suspender adoções, como Coimbra e Lousã, outras promovem campanhas específicas para incentivar a adoção responsável durante o Natal. Seia, por exemplo, organiza um “open day” para sensibilizar a população, enquanto Montemor-o-Novo realiza a campanha “MorNatal”. Já em Vila Nova de Gaia, a câmara também lançou uma campanha sob o lema “somos parte da família, não um presente de Natal”.

Algumas autarquias implementam medidas adicionais, como em Loulé e Vila Franca de Xira, onde os animais adotados em dezembro só são entregues em janeiro, após o período festivo. Já concelhos como Felgueiras e Porto suspendem também visitas aos centros de recolha durante esta época.

As iniciativas refletem abordagens distintas, mas todas sublinham a importância de adotar com responsabilidade, garantindo o bem-estar dos animais e a criação de lares duradouros.

ZAP //

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