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Polémica no Open da Austrália. Djokovic recebeu “isenção médica” para defender o título

Ben Solomon / AELTC

Novak Djokovic

A Federação Australiana de Ténis (TA), promotora do Open da Austrália, concedeu uma “isenção médica” a Novak Djokovic para que o sérvio possa jogar o primeiro Major do ano, entre 17 e 30 de Janeiro. O tenista recusou revelar se foi ou não vacinado contra a covid-19.

“Djokovic solicitou uma isenção médica, que lhe foi concedida, após um exame rigoroso envolvendo dois grupos independentes de especialistas“, refere a TA em comunicado, divulgado após o número um do mundo ter confirmado a presença na Austrália.

Este comunicado omite, escondendo-se atrás do sigilo médico, os motivos da concessão desta isenção ao tenista sérvio.

Protocolos justos e independentes foram colocados em prática para avaliar os pedidos de isenções médicas para garantir um Open da Austrália de 2022 seguro e agradável para todos”, justifica o presidente da TA, Craig Tiley.

Novak Djokovic nunca esclareceu se foi ou não vacinado contra o novo coronavírus. Mas em Abril de 2020, o tenista de 34 anos falou contra a vacinação obrigatória, então planeada para permitir a retomada dos torneios de ténis.

Apesar da “isenção médica” atribuída a Djokovic, as autoridades australianas recusam estar a dar um tratamento especial ao tenista.

“Quero deixar absolutamente claro, como tem sido sempre o caso, que ninguém está ou irá receber tratamento especial por causa de quem são ou do que conseguiram profissionalmente”, garantiu o ministro dos Desportos em exercício do governo regional vitoriano, Jaala Pulford, numa conferência de imprensa em Melbourne.

Aparecendo ao lado do presidente da TA, Pulford admitiu, contudo, que a decisão “causará desconforto a muitos” residentes de Melbourne, a cidade com mais dias sob estrito isolamento durante a pandemia, e o resto do país onde foram postas em prática medidas duras para enfrentar a pandemia.

Primeiro-ministro admite enviar Djokovic “para casa no primeiro avião”

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, tinha dito que todos os jogadores de ténis e membros das equipas participantes no Open da Austrália deveriam ter a vacinação completa.

No entanto, as directrizes do Governo preveem excepções temporárias à entrada no país para pessoas que tenham “uma condição médica grave”, que não possam ser vacinadas porque contraíram covid-19 nos seis meses anteriores ou que tenham tido uma reacção adversa ao medicamento, entre outras.

Entretanto, face à polémica, Scott Morrison anunciou que exigirá ao tenista prova de que a “isenção médica” que recebeu é justificada, caso contrário será enviado “para casa no primeiro avião”.

O primeiro-ministro disse estar a aguardar que Djokovic “forneça evidências” para justificar o pedido de isenção, notando que se o fundamento for insuficiente, “não será tratado de forma diferente e voltará para casa no primeiro avião”.

Não haverá regras especiais para Novak Djokovic. Nem um pouco”, insistiu em conferência de imprensa.

Também o presidente da TA referiu que “seria útil” se o tenista revelasse “as condições” pelas quais pediu a “isenção médica”.

“Vacinação é um sinal de respeito, Novak”

O antigo vice-presidente da Associação Médica Australiana, Stephen Parnis, já disse que a isenção a Djokovic “envia uma terrível mensagem a milhões de pessoas que procuram reduzir o risco de covid-19″. “A vacinação é um sinal de respeito, Novak”, escreveu no Twitter.

Alheio à polémica, Djokovic anunciou no seu perfil nesta rede social a presença no Open da Austrália. “Passei uns dias muito felizes com aqueles que amo durante as férias e hoje parto graças a uma autorização especial. Avante 2022″, escreveu o tenista.

O número um do mundo procura bater o recorde de conquistas de torneios do Grand Slam (20) que partilha, actualmente, com o suíço Roger Federer e com o espanhol Rafael Nadal.

ZAP // Lusa

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