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Aumento recorde nos salários da Função Pública. Ganhos médios superam os 2 mil euros

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KaiChanVong / Flickr

Os ganhos médios dos trabalhadores da Função Pública aumentaram 6,6% em Janeiro, em comparação com o ano passado, e ultrapassaram os 2 dois mil euros brutos.

Estes ganhos médios incluem o salário e os suplementos e o aumento de 6,6% atinge um valor recorde na série que começou a ser registada em 2011.

Em Janeiro de 2024, os ganhos médios dos trabalhadores da Administração Pública subiram para os 2.043,5 brutos, já considerando os aumentos salariais aplicados neste ano, segundo os dados da síntese estatística da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

Já no que se refere ao salário base médio, a subida foi ligeiramente menor, da ordem dos 6,4%, situando-se nos 1.730,2 euros brutos por mês.

Para esta evolução contribuiu o efeito conjugado da entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios, de medidas de valorização aprovadas para a Função Pública e da actualização do valor do salário mínimo para 820 euros, e do valor da Base Remuneratória da Administração Pública para 821,83 euros.

PJ e guardas prisionais com aumentos maiores

No que diz respeito ao ganho médio mensal, os aumentos mais significativos verificam-se na Polícia Judiciária (28,5%), nos guardas prisionais (18%), em outro pessoal de segurança (12,3%) e nos bombeiros (11,5%), conforme dados citados pelo Público.

Os ganhos médios de magistrados, médicos, enfermeiros, educadores de infância, professores, técnicos superiores de saúde e da administração tributária foram inferiores a 5%, ainda segundo o mesmo jornal.

Autarquias são quem mais contrata

A Administração Pública empregava, no final do primeiro trimestre, 748.870 pessoas, “mais 0,5% do que no trimestre homólogo e o número mais elevado desde que, em 2011, a DGAEP começou a publicar dados de forma sistemática e depois de em 2023 também ter atingido um recorde no arranque do ano”, como nota o Público.

As autarquias continuam a ser as principais impulsionadoras do emprego público, com um aumento de 2,5% no número de trabalhadores.

A administração local foi “responsável por 94% dos novos trabalhadores, nomeadamente na carreira de técnico superior”, sustenta ainda o jornal.

Em termos globais, quanto à distribuição de cargos na Função Pública, no final de Março, 22,5% eram assistentes operacionais, 18,9% eram professores dos Ensinos Básico e Secundário e 12,2% eram assistentes técnicos. Estas três carreiras concentram mais de metade (53,6%) dos trabalhadores da Função Pública, conforme destaca o Público.

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. Polícia Judiciária e guardas prisionais com belíssimos aumentos!?
    Pudera, os nossos políticos sabem muito bem quem lhes pode vir a fazer falta!!!

  2. Não sei em que país é que existem estes ordenados médios na função pública, mas em Portugal não é.
    Trabalho num serviço com mais de 100 trabalhadores e o ordenado médio é de 1200 euros. Embora haja dirigentes que foram aumentados para o dobro, essa não é a realidade dos restantes trabalhadores.

  3. Sr. Contribuinte
    Talvez se esteja a esquecer que ao contrário do que acontece em muitas empresas os funcionários públicos descontam até ao último tostão sobre tudo o que ganham.
    Ninguém na A.P. foge ao fisco, não há truques “legais” (mas imorais) nem habilidades (Carro, Seguros de Saúde, Cartões de Crédito) que em muitos casos são “oferecidos” aos funcionários das empresas e que não são tributados.

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  4. Caro Sr.José Silva,
    Começo por dizer que nunca participei nestes fóruns. Talvez porque nunca tenho intenção de fazer prevalecer as minhas razões. Nunca há um lado inteiramente certo e um outro inteiramente errado. Por isso o diálogo ponderado é sempre o mais civilizado.
    Relativamente aos funcionários da A.P. muito se diz e seguramente nem sempre se acerta. Existem autênticos mitos em relação aos funcionários da A.P. como existem mitos dos funcionários da A.P. relativamente ao sector privado. É o caso que acaba de mencionar. Caro senhor, permita-me esclarecê-lo; os funcionários do privado são como os da A.P., ou seja, descontam até ao último tostão. Quanto às benesses a que se refere: o carro é atribuído a profissionais que dele necessitam para executar as suas tarefas (vendedores, técnicos, etc) os carros estão sujeitos a apertada contabilização e, sim, podem pagar impostos através da empresa (dependendo do valor de aquisição). Os cartões de crédito, são atribuídos (quando são) a um número muito restrito de profissionais que deles possam precisar para fazer face as despesas em trabalho. Por outro lado, as despesas registadas nesses cartões de crédito, estão corroboradas por faturas legais, exclusivamente ao serviço da empresa e sempre contabilizadas na contabilidade. Não se esqueça que em paralelo há um registo bancário. Quanto aos seguros de saúde, acredite, não há nada, nem semelhante, que se compare aos benefícios que os funcionários da A.P. usufruem pela ADSE. Tudo isto referente ao trabalhador por conta de outrem. PF não confunda com os empresários.

  5. PSr funcionario publico , mas fogem ao trabalho, a vossa produtividade e pouco mais que zero, mas tem a ADSE e a gente temos um serviço de saude péssimo SNS, o qual a função publica o coloca de lado e vai ao privado, fazem um horário de 7 horas os restantes 8 horas a onde está a equidade? quando e para pagar impostos tem que existir equidade de resto não e preciso.

  6. Sr. António Jorge, eu como o Sr. não tenho por hábito participar neste tipo de fóruns, mas queria esclarecer uma situação que refere quanto aos trabalhadores do privado descontarem até ao último tostão… O Sr. sabe que isso não é verdade, porque conheço inúmeras pessoas que fazem “acordos” com os patrões para descontarem por menos do que o que recebem na realidade…
    Casos em que têm que pagar pensões de alimentos e etc…
    Tenho dito!

  7. O que é verdade é que muuiiiiitos funcionários públicos muito pouco fazem para receberem o que recebem. Muitos entraram no cargo por razões erradas: compadrios, amiguismo, partidarismo…. Outros tantos não têm qualquer produtividade, nem tem de apresentar resultados a ninguém. Muitas vezes, até tratam mal o cidadão e julgam que não têm de lhe prestar qualquer satisfação.
    Se um funcionário público não cumpre a sua função, ou não trabalha como deveria, isso é um problema de todos nós, porque todos nós pagamos a esse funcionário público. Se um funcionário privado não cumpre a sua função, isso é um problema do patrão (privado) que lhe paga.
    Para haver justiça, funcionários públicos teriam de ganhar em média bastante abaixo do que ganham funcionários privados, porque têm outras regalias que funcionários privados não têm. E isto mesmo assumindo que o FP trabalhava o mesmo que o trabalhador do provado, que é coisa que não acontece. Além disso, o que se paga aos funcionários públicos tem de estar sempre dependente da riqueza do país: um país probo e devedor como o nosso não pode sustentar salários como se fosse rico, pelo menos antes de se tornar um país rico.

    A injustiça maior até é em comparação com os patrões, empresários e os trabalhadores pro conta própria: esses só recebem quando trabalham, se tirarem 1 mês de férias só recebem 11 meses, não têm quem lhes pague o 12º, 13º nem o 14º mês. Se há meses que correm mal, ninguém lhes garante o rendimento. Se a COVID os obriga a ficar em casa, não têm qualquer apoio. Com a avançar da idade, não recebem automaticamente mais por isso: como se sentirá um agricultor de 60 anos, já sem o vigor dos 30 anos, a pensar que pelas suas batatas, as quais lhe custam cada vez mais a cultivar, o consumidor lhe paga sempre o mesmo, sabendo que o amigo professor que tem 60 anos e que já não diz nada de jeito ganha agora um salário muito maior do que quando começou a trabalhar, só porque entretanto trabalha há mais tempo, embora faça um trabalho pior?)

    É tempo de exigir igualdade. Entre outras medidas, o orçamento de estado deve servir para pagar o 12º, 13º e 14º meses aos patrões e trabalhadores liberais. Deve haver uma compensação a esses trabalhadores pelo avançar da idade . Deve haver uma compensação financeira do Estado por quebras de receitas associadas a quebra na procura por parte dos clientes.

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