Áudios deixam Piqué em maus lençóis. Jogador pediu promoção e grupo fácil ao presidente da Federação

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(dr) FC Barcelona

Gerard Piqué, jogador do FC Barcelona.

O internacional espanhol Gerard Piqué está envolvido numa enorme polémica após o jornal El Confidencial ter divulgado áudios comprometedores de conversas do jogador com o presidente da Federação espanhola.

Os áudios mostram como a federação espanhola e a Kosmos, empresa detida por Piqué, acordaram a realização da Supertaça espanhola na Arábia Saudita. Ficou selado um acordo de seis anos, com a empresa de Piqué a receber 4 milhões por ano — o equivalente a 24 milhões de euros no total.

“Rubi, se é um problema de dinheiro, se eles [o Real Madrid] por 8 [milhões] iriam, caramba, então paga-se 8 ao Real Madrid e 8 ao Barcelona. Aos outros paga-se 1 ou 2… São 19, a federação ainda fica com 6. Entre ficar com seis ou com nada… Apertamos a Arábia Saudita, dizemos que o Real Madrid não aceita ir e ‘sacamos’ mais”, diz Piqué nos áudios.

Entretanto, Piqué defendeu-se das acusações através de uma conversa com os jornalistas no seu canal de Twitch.

“Oficialmente, recebemos a comissão diretamente do Governo da Arábia Saudita. Eu não tenho qualquer acordo comercial com a Federação Espanhola de Futebol. Aceito debater a moralidade do ato, mas, neste caso, a única coisa ilegal é a divulgação dos áudios”, defendeu.

Luis Rubiales, o presidente da federação espanhola, também negou qualquer ilegalidade no negócio: “Muitas coisas foram ditas e poucas ou nenhuma delas são verdadeiras. A gestão é clara, transparente, honesta e benéfica para o futebol espanhol”.

Agora, em novos áudios divulgados pelo El Confidencial, Piqué vê-se envolvido numa nova polémica, relacionada com o clube que comprou em 2018, o FC Andorra.

Nos novos áudios, o defesa central do Barcelona questiona Luis Rubiales sobre o processo de substituição do Reus na Segunda B.

“Rubi, queria perguntar-te em relação à questão do lugar na Segunda B do Reus. Vão descer e fica livre e saiu um comunicado a dizer que em três dias há um prazo para tratar de comprá-la, etc”, diz Piqué.

A verdade é que o FC Andorra acabaria mesmo por ficar com a vaga, apesar da contestação dos outros clubes que estavam interessados. Os outros emblemas criticaram o facto do Andorra saltar diretamente das divisões regionais para a Segunda B.

Piqué não se ficou pela “dupla promoção”, mas procurou também um grupo fácil na Segunda B espanhola.

“Se puderes evitar colocar-nos no grupo dos catalães, melhor. São sempre os que têm mais nível dos 4 do grupo”, pediu o espanhol. Rubiales não atendeu ao pedido de Piqué, referindo o aspeto da territorialidade.

“Sim, imagino, mas ao estarmos no cu do mundo, como os das Baleares, imagino que colocar-nos num grupo ou noutro não muda muito. Além disso, se fazes grupos de dez, o mais normal é que haja dez catalães, assim que podíamos sair dali e ir para a outro subgrupo”, reiterou.

“Vou ter isso em conta. Quer dizer, para vocês não importa onde vão jogar? Mesmo que tenham de viajar mais de avião. O mais normal seria que ficassem com alguns catalães, mas é bom saber que podem ter alguma mobilidade”, respondeu Rubiales.

A negociata continuou, com o futebolista a pedir para ficar na Andaluzia. O presidente da Federação espanhola não se mostrou convencido: “Estás a imaginar o Marbella ir a Andorra? Matavam-me!”.

Como tal, Rubiales sugeriu colocar seis catalães num grupo e misturá-los com equipas da Comunidade Valenciana e Ilhas Baleares.

“Caralho! Isso era um crime! Isso não aceitamos. É que essa é a região mais complicada. Por isso te digo que, por de certa forma não estarmos em Espanha, tens a liberdade de mandá-los para o caralho mesmo que seja a Andaluzia. Mas La Rioja, Navarra, Aragón ou País Basco seriam mais aceitáveis. Essa seria a melhor zona para nós”, retaliou Gerard Piqué.

A verdade é que apesar das conversações, o FC Andorra acabou por não ficar num subgrupo do agrado de Piqué. O clube andorrenho ficou com nove equipas catalãs no seu subgrupo.

Daniel Costa, ZAP //

2 Comments

  1. São tantos os casos de corrupção, fraude, fuga aos impostos, etc, etc,, os escândalos e os nomes de figuras públicas envolvidas que, infelizmente, já pouco ou nada nos surpreende. Lamento sempre quando tenho uma ideia positiva de alguém que me habituei a admirar e essa ideia cai por terra com escândalos e polémicas. Como diz o ditado: “no melhor pano cai a nódoa”… e cai mesmo.

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