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Astrónomos podem ter encontrado o “irmão gémeo” de Saturno num sistema solar vizinho

INAF

Uma equipa de astrónomos encontrou um segundo planeta em torno da estrela vizinha do Sol. E, como Saturno, este corpo celeste parece estar rodeado de anéis.

Em janeiro, a revista Science Advances publicou a deteção do Proxima c, um segundo planeta em Próxima Centauri, o sistema solar mais próximo da Terra, a quatro anos-luz de distância. O primeiro planeta, o Proxima b, um mundo temperado do tamanho da Terra, foi descoberto em 2016.

Com base na separação entre os dois planetas, uma equipa liderada pelo INAF (Instituto Nacional de Astrofísica) da Itália tentou observar esse novo planeta usando o Método de Imagem Direta. Embora não tenha sido totalmente bem-sucedido, as suas observações levantam a possibilidade de que este planeta tenha um sistema de anéis ao seu redor.

A equipa contou com os dados obtidos pelo instrumento SPHERE no Very Large Telescope (VLT) do ESO. De acordo com o Universe Today, durante anos, a SPHERE tem revelado a existência de discos protoplanetários em torno de estrelas distantes.

O objetivo era caracterizar novos sistemas planetários e explorar como se formaram. Um desses sistemas foi o Proxima Centauri, uma estrela do tipo M de baixa massa (anã vermelha), localizada a apenas 4,25 anos-luz do nosso Sistema Solar. No momento da investigação, a existência do Proxima c ainda não era conhecida.

Assim como o Proxima b, o Proxima c foi descoberto com o método Radial Velocity, que consiste em medir o movimento de uma estrela para frente e para trás (“oscilação”) para determinar se está a ser acionado pela influência gravitacional de um sistema de planetas.

A equipa estava confiante de que, se o Proxima c estivesse a produzir um sinal infravermelho suficientemente grande, a SPHERE detetaria.

Porém, os dados SPHERE não revelaram nenhuma deteção clara de Proxima c. O que encontraram foi um sinal candidato que apresentava uma forte relação sinal/ruído e que a orientação do seu plano orbital se encaixava bem com uma imagem anterior tirada com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).

No entanto, também observaram que a sua posição e movimento orbital não eram consistentes com o que foi observado pela missão Gaia da ESA. Por último, descobriram que o candidato tinha um brilho aparente inesperadamente alto de um planeta que orbita uma estrela anã vermelha.

Este último aspeto levantou outra possibilidade: o brilho incomum poderia ser o resultado de um material circumplanetário. Ou seja, o brilho poderia ser causado por um sistema de anéis ao redor do Proxima c, que estaria a irradiar luz adicional no espectro infravermelho e contribuindo para o brilho total.

Isto faz do Proxima c um alvo principal para estudos de acompanhamento com medições de velocidade radial, imagens de infravermelho próximo e outros métodos. Além disso, telescópios da próxima geração, como o Telescópio de Trinta Metros (TMT), o Telescópio Gigante de Magalhães (GMT) e o Telescópio Extremamente Grande do ESO (ELT), serão adequados para estudos diretos de imagem deste sistema para detetar Proxima C.

As conclusões do estudo foram publicadas este mês na revista científica Astronomy & Astrophysics.

ZAP //

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