Astrónomos detetam pela primeira vez fostato num oceano alienígena

sjrankin / Flickr

Encélado, uma das luas de Saturno, captada pela sonda Cassini, da NASA

Astrónomos detetaram fosfato em Encélado, a mais famosa lua de Saturno, marcando a primeira vez que este composto químico foi detetado num oceano não terrestre.

Numa descoberta revolucionária, uma equipa de astrónomos detetou pela primeira vez fosfato, um composto químico chave na formação da vida, em Encélado, o maior satélite de Saturno.

A descoberta, anunciada num artigo publicado esta quarta-feira na revista Nature, foi baseada no estudo de dados de arquivo do Analisador de Poeira Cósmica da Cassini, recolhidos antes de a sonda da NASA se ter despenhado em Saturno, em 2017.

O estudo foi realizado por uma equipa liderada por Frank Postberg, professor de Ciências Planetárias no Departamento de Ciências da Terra da FU Berlin.

Segundo a Interesting Engineering, a equipa usou os dados da Cassini para determinar a composição química dos oceanos de Encélado.

Os resultados do estudo indicaram a presença de fósforo na forma de iões de ortofosfato, e sugerem que o composto existe em concentrações pelo menos 100 vezes superiores às dos oceanos da Terra.

Esta descoberta de quantidades significativas de fosfatos, compostos que são constituintes fundamentais dos cromossomas,  em certos tipos de mundos oceânicos gelados é uma promessa para a existência de vida no nosso sistema solar.

Modelos de computador sugeriram anteriormente a presença de fósforo em Encélado, mas os cientistas não tinham até agora conseguido determinar de haveria abundância destes fosfatos no oceano interior sob a sua crosta gelada.

A próxima missão da NASA, Europa Clipper, que vai estudar os oceanos internos de Europa, explorará ainda mais estes intrigantes corpos celestes à procura de sinais de vida alienígena.

A recente descoberta de fosfatos em Encélado reforça a esperança de que resultados semelhantes possam ser observados noutras luas geladas sob condições ambientais comparáveis.

À medida que missões como a Europa Clipper da NASA e as sondas planeadas pela ESA para Europa continuam, esta descoberta pode ter um impacto significativo na nossa compreensão destes oceanos distantes.

ZAP //

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