Investigadores dos Estados Unidos anunciaram esta terça-feira a descoberta de uma molécula orgânica no espaço interestelar.
Este novo corpo foi descoberto com um radiotelescópio extremamente sensível, que foi capaz de detectar mais de 180 outras moléculas emitindo vibrações distintas.
A molécula é composta por óxido de propileno e foi encontrada “perto do centro da nossa galáxia, numa enorme nuvem de poeira e gás, onde se formam as estrelas”, informou o National Radio Astronomy Observatory.
Trata-se da molécula mais complexa já encontrada fora da região ocupada pelo Sol e pelos planetas e corpos celestes que o orbitam. Até agora, estas moléculas quirais – que estão presentes em tudo o que é vivo na Terra – só tinha sido encontrado em meteoritos caídos na Terra e em cometas no sistema solar.
A incrível descoberta da primeira molécula quiral encontrada no espaço interestelar pode ajudar a solucionar um mistério de longa data: a origem da quiralidade nas moléculas.
Assim como os humanos, as moléculas podem ser destras (com inclinação para a direita) ou canhotas (com inclinação para a esquerda), uma preferência conhecida como quiralidade.
A maioria das moléculas presentes no nosso planeta tendem à esquerda, mas os investigadores não fazem ideia do porquê.
O estudo desta molécula pode significar “um salto pioneiro na nossa compreensão de como as moléculas prebióticas (que deram origem à vida) se formam no universo e os efeitos que podem ter sobre as origens da vida”, afirmou Brett McGuire, químico e coautor do estudo envolvendo a molécula recém-descoberta.
“O óxido de propileno está entre as moléculas mais complexas e intrincadas estruturalmente detectadas até agora no espaço”, afirmou Brandon Carroll, investigador do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
“A deteção dessa molécula abre a porta a novas experiências que vão determinar como e onde a preferência molecular emerge”, complementou.
As informações sobre a molécula detetada foram publicadas na
O artigo que descreve a primeira uma molécula quiral no espaço foi publicado esta terça-feira na revista Science.
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