Astrónomos europeus anunciaram na semana passada a descoberta do BOSS Great Wall, um grupo de superaglomerados de galáxias que se estende por cerca de mil milhões de anos-luz de diâmetro.
Trata-se da maior estrutura encontrada até hoje no espaço, dois terços maior do que a Sloan Great Wall, descoberta em 2003.
A descoberta da BOSS (Baryon Oscillation Spectroscopic Survey) Great Wall, que será publicada na Astronomy & Astrophysics, é resultado do levantamento espectroscópico da oscilação acústica dos bariões, uma cadeia de superaglomerados ligados por gases que se encontram a cerca de 4,5 a 6,5 mil milhões de anos-luz de distância da Terra.
Graças à gravidade, estes superaglomerados mantêm-se ligados e se agitam em conjunto através do vácuo do espaço.
A estrutura foi descoberta por uma equipa do Instituto Ilhas Canárias de Astrofísica e é composta de 830 galáxias, com uma massa 10 mil vezes maior do que a Via Láctea.
No entanto, nem todos concordam que o BOSS Great Wall deva mesmo ser considerado uma estrutura única. O argumento é que estes superaglomerados não estão de facto ligados, mas que possuem lacunas mais ou menos ligadas por nuvens de gás e poeira.
Este debate ocorre sempre que objetos do género são encontrados. Contudo, os argumentos por norma resumem-se a definições pessoais do que constitui uma estrutura singular e a maioria dos investigadores acaba por concordar que tais aglomerados são uma coisa só.
O que ninguém discorda, no entanto, é que o BOSS Great Wall é até agora o maior objeto já encontrado no espaço.
Ainda mais incompreensível é o fato de que pode haver vários superaglomerados semelhantes a flutuar a milhares e milhões de anos-luz de distância. À medida que a nossa tecnologia melhorar e a nossa capacidade de ver mais longe no universo aumentar, poderemos ter mais surpresas.
Além de ser incrível, a nova teia de galáxias também pode ajudar os investigadores a compreender melhor como o universo se estruturou após o Big Bang.