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Astrónomos descobrem galáxia mil vezes mais luminosa que a Via Láctea

Hubble Space Telescope

Uma equipa de astrónomos espanhóis descobriu uma das galáxias mais brilhantes já conhecidas até hoje, mil vezes mais luminosa que a Via Láctea, e com uma taxa elevada de formação de estrelas.

A galáxia foi descoberta por uma equipa dirigida pelo professor da Universidade Politécnica de Cartagena, no sudeste da Espanha, Anastasio Díaz-Sánchez, e é de tipo “muito distante” e “submilimétrica”, ou seja, provoca uma grande emissão no infravermelho distante, explicaram os cientistas em comunicado.

Para esta descoberta foi utilizado o Grande Telescópio das Ilhas Canárias e combinações de bases de dados dos satélites WISE (NASA) e Planck (ESA) com o objetivo de identificar as galáxias submilimétricas.

A descoberta foi apresentada num estudo publicado esta semana na revista  Astrophysical Journal Letters.

Hubble Space Telescope

As múltiplas imagens da galáxia descoberta estão indicadas pelas setas brancas

A galáxia pôde ser observada graças a outro conjunto de galáxias próximas, que funciona como uma lente, ampliando o tamanho e o brilho da mesma até 11 vezes, mas sem distorcer as suas propriedades, detalhou Díaz-Sánchez.

Esta é uma das galáxias mais brilhantes entre as denominadas submilimétricas, milhares de vezes mais brilhantes que a Via Láctea. Além disso, este aglomerado de corpos celestes tem uma “elevada taxa de formação estelar“, já que gera estrelas cuja massa total é milhares de vezes maior que a massa do Sol.

Em termos de comparação, a Via Láctea forma a cada ano estrelas com uma massa total que é de duas vezes a do Sol, indicou a cientista do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) e coautora do estudo, Susana Iglesias-Groth.

Segundo a especialista, estas galáxias “abrigam as regiões de formação estelar mais potentes conhecidas no universo e o passo seguinte será estudar a sua riqueza molecular”.

Além disso, segundo assinalou Rafael Rebolo, diretor do IAC, que também participou do projeto, o fato de se tratar de uma galáxia bastante luminosa, que está amplificada e com múltiplas imagens, permitirá estudar a sua zona interior, “algo impossível de se fazer de outra maneira em galáxias tão remotas”.

De acordo com os cientistas, num futuro próximo serão realizados estudos mais detalhados sobre a galáxia com interferómetros como o Extended Millimeter Array (Noema/IRAM), na França, e o Atacama Large Millimeter Array (ALMA), no Chile.

ZAP // EFE

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