As mãos pesadas são mesmo pesadas… Saiba por que há estalos que doem tanto

As mãos são muito mais pesadas do que pensamos. Um novo estudo ajudou a perceber como o nosso cérebro percebe o peso do nosso corpo.

Um estudo da Birkbeck, University of London, publicado esta segunda-feira, diz que  subestimamos o peso das nossas mãos em quase 50%.

A perceção do nosso peso não está diretamente relacionada com sinais sensoriais específicos.

Por esse motivo, a equipa de investigação decidiu explorar a forma como o cérebro determina o nosso peso, e as implicações que isso tem no nosso quotidiano.

“Esta descoberta indica que a nossa experiência quotidiana do peso corporal – a sensação de estar pesado – pode ser quantificada com precisão, e é fortemente subestimada“, explica a neurocientista Elisa Raffaella Ferre, uma das principais pesquisadoras, citada pelo Science Alert.

“A pesquisa sobre o peso corporal tem-se concentrado principalmente nos aspetos sociais ou médicos de como as pessoas se sentem em relação ao peso total do seu corpo”, disse Denise Cadete, estudante de doutoramento e outra pesquisadora do estudo.

O estudo incidiu em 20 adultos (saudáveis), a quem, numa primeira fase, lhes foi pedido que relaxassem o braço esquerdo numa espécie de apoio para o braço.

Inicialmente a mão dos participantes estava livre, para eles se concentrarem no peso natural da mão. Seguidamente, foi-lhes adicionada, à mão, um peso de 100 gramas. Depois, de 600 gramas.

Por fim, os participantes avaliaram, para cada fase, se o peso era mais leve ou mais pesado do que as suas mãos.

Resultado: em média, o peso das mãos foi subestimado em 49,4%.

Como a sensação de peso corporal está muitas vezes associada ao cansaço, os investigadores pediram aos participantes que apertassem um dispositivo com força, durante 10 minutos, para cansar a mão, antes de o processo ser repetido.

Resultado: aí, a amostra já só subestimou o peso da mão em 29%.

Ou seja, com a fadiga, as pessoas acharam que as suas mãos pesavam mais.

“Acreditamos que o peso corporal percebido poderia ser uma componente importante de um sistema que se adapta com a evolução para controlar os nossos níveis de comportamento”, explicou Denise Cadete.

“O cérebro de uma pessoa pode encorajar ou desencorajar o esforço físico, fazendo com que o corpo pareça leve – e as ações, portanto, sem esforço – ou pesado – e as ações, portanto, esforçadas“, acrescentou.

“Investigamos, pela primeira vez, a forma como o cérebro percebe o peso das partes do nosso corpo, como objetos espacialmente estendidos”, explicou o neurocientista Matthew Longo, um dos líderes da equipa.

O investigador foi ainda mais longe e disse que o estudo ser útil “para a compreensão de transtornos do peso corporal, incluindo anorexia nervosa e obesidade“.

ZAP //

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