(ce) Stellaris / Paradox Interactive

Esfera de Dyson, tal como representada no jogo Stellaris, da Paradox Interactive
Será possível construir uma esfera de Dyson que não seja catastroficamente instável? Um novo estudo diz que sim — mas só num tipo muito específico de sistema estelar.
As esferas de Dyson são hipotéticas mega-estruturas que as civilizações extraterrestres avançadas poderiam usar para “agarrar” uma estrela e aproveitar a sua energia.
A teoria ganhou força nos anos 60, quando o físico Freeman Dyson concebeu a ideia destas esferas epónimas. O teórico imaginou que uma sociedade extraterrestre suficientemente avançada teria uma necessidade insaciável de espaço vital e energia.
Dyson teorizou ainda que esses extraterrestres poderiam resolver ambos os desafios desmontando um planeta e transformando-o numa enorme concha esférica.
No entanto – como descreve a Live Science – estas esferas sofrem de uma “falha fatal”. Seriam “catastroficamente instáveis”. Agora, um engenheiro afirma ter descoberto uma forma de estabilizar uma esfera de Dyson.
O que é preciso? Apenas duas estrelas.
No estudo, cujos resultados foram publicados em janeiro na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, Colin McInnes, da Universidade de Glasgow, encontrou uma configuração estável (e útil), que só acontece em sistemas binários em que uma estrela é muito mais pequena do que a outra.
Nesse caso, o físico propõe que a esfera de Dyson envolva a mais pequena das duas estrelas. O movimento dessa estrela mais pequena atua como uma âncora gravitacional, mantendo a esfera de Dyson em movimento com a mesma órbita em torno da estrela maior, evitando uma colisão catastrófica.
Mas…
Como escreve a Live Science, há várias coisas a apontar neste “truque” proposto do McInnes.
Desde logo, a estrela mais pequena teria de ter uma massa igual ou inferior a um décimo da massa da companheira maior, caso contrário o ponto gravitacional estável desaparecia.
Além disso, a esfera teria de ser extremamente leve e fina em comparação com as duas estrelas, caso contrário a sua própria influência gravitacional misturar-se-ia na dinâmica do sistema e destrói a estabilidade.
E, claro, aponta a mesma revista, esta análise ignorou considerações práticas de engenharia, como, por exemplo, as tensões que a esfera poderia sofrer; ou simplesmente como seria construída a estrutura.