As cinco mentiras mais comuns sobre as alterações climáticas

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Gene Daniels / EPA National Archives

Embora a urgência em combater as alterações climáticas seja elevada, falsas alegações e a desinformação continuam a influenciar a compreensão sobre o aquecimento global.

Um dos mitos mais comuns sobre o tema: as alterações climáticas não são reais. Algumas pessoas que acreditam que a mudança climática não está a acontecer podem criar e espalhar teorias da conspiração, como notou o BBC Brasil.

Para estes indivíduos, o aquecimento global é uma farsa sofisticada, organizada por uma seita secreta, que atua a nível global. Outros defendem que é um esquema para ganhar ou arrecadar dinheiro ou uma manobra para restringir os direitos e liberdades.

A esmagadora maioria dos cientistas – mais precisamente 99% -, concorda que a mudança climática é real e provocada pelo homem. Desde 1850, a temperatura média global aumentou 1,1 graus centígrados, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidos (ONU).

Como resultado, os eventos climáticos extremos tornaram-se mais intensos, ameaçando vidas e meios de subsistência. “É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra”, revelou um relatório do IPCC de 2021.

“As mudanças climáticas estão a acontecer aqui e agora: basta olhar para os extremos que ocorreram este ano para acreditar”, indicou Ella Gilbert, cientista do British Antarctic Survey.

“As alterações climáticas são um problema do Ocidente” – esta é outra das falsas alegações sobre o clima. O aquecimento global está a ser impulsionado pelas emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, que retêm o calor e aquecem o planeta.

As nações mais ricas foram responsáveis ​​pela maior parte das emissões históricas – países como Estados Unidos, (EUA) Reino Unido e Alemanha. Para populações de países subdesenvolvidos, o combate às emissões é, devido a essa alegação, um problema que deve ser resolvido pelos países desenvolvidos.

Mas as alterações climáticas não conhecem fronteiras e já se manifestam, por exemplo, no Paquistão, onde acredita-se que o aquecimento global esteja a influenciar as recentes cheias. A pesquisa também mostra que os países mais pobres serão os mais afetados por essas mudanças.

“A mudança climática é uma questão global”, declarou Lisa Schipper, pesquisadora da Universidade de Bonn, na Alemanha. As nações mais pobres e menos industrializadas “não são vítimas passivas, são agentes ativos da mudança”.

Outra das ideias erradas sobe o assunto prende-se com o facto de algumas pessoas defenderem que as alterações climáticas são uma coisa positiva. Em países expostos ao frio, a ideia de um planeta mais quente pode parecer atraente à primeira vista. Mas esses ganhos marginais são ofuscados pelo impacto mais amplo no planeta.

O IPCC estima que, se a temperatura média global subir 1,5 graus centígrados até o final do século, as alterações climáticas podem custar ao mundo 54 biliões de dólares (69 biliões, se as temperaturas subirem 2 graus centígrados).

“Os países do Oriente Médio podem ver terras agrícolas transformadas em deserto; as nações insulares do Pacífico podem desaparecer devido ao aumento do mar; e várias nações africanas podem ser atingidas pela escassez de alimentos”, pode ler-se no artigo da BBC Brasil.

O quarto mito tem a ver com a subida do nível do mar. Há quem afirme que seja apenas uma questão de marés. Segundo a NASA, os oceanos já absorveram 90% do aquecimento que ocorreu nas últimas décadas devido ao aumento dos gases de efeito de estufa.

Como resultado, o gelo começou a derreter. E como a água se expande à medida que fica mais quente, os oceanos também se expandiram à medida que as temperaturas aumentaram. Estima-se que, em apenas 100 anos, o nível global do mar já tenha subido de 160 a 210 milímetros.

Mares mais altos aceleram a erosão costeira e as cheias tornam-se cada vez mais prováveis. Os cientistas consideram que o nível do mar pode subir até dois metros até o final de 2100.

“É tarde demais para corrigir as mudanças climáticas”: este é quinto e o último mito (pelo menos citado neste artigo). Isso pode levar alguns a sentir que nada pode ser feito e que a extinção é cada vez mais provável.

O ponto é: o clima já está a mudar e o impacto será sentido por centenas de anos. Mas há boas notícias. Graças aos cientistas especializados em clima, sabemos exatamente o que precisa ser feito diante dessa crise.

Os países terão que reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e encontrar maneiras de capturar os gases que já estão na atmosfera.

“Cada ação que podemos tomar para reduzir o nosso impacto faz a diferença”, disse Ella Gilbert, frisando: “a janela de oportunidade para agir está a estreitar-se, mas ainda existe, e devemos aproveitar essa oportunidade”.

ZAP //

2 Comments

  1. Os registos que podem ser encontrados nas camadas de gelo das calotes polares revelam, com exactidão, os elementos que compunham a atmosfera terrestre em qualquer dada altura nos últimos 500 mil anos (pelo menos).
    Não só o que compunha a atmosfera como também as condições de temperatura, humidade, percentagens de gases presentes e outros elementos que permitem determinar com uma exactidão extraordinária as condições climáticas de cada época.
    As alterações climáticas podem ser observadas em todas as leituras que forem feitas, visto que as alterações climáticas são uma das ‘raras’ constantes que podem ser observadas e comprovadas cientificamente.
    As leituras que essas camadas de gelo nos permitem é que nem sempre dão um resultado que está de acordo com as vozes mais alarmistas sobre as alterações climáticas.
    Por exemplo: alterações climáticas bastante mais radicais e a acontecerem com mais frequência em períodos em que os humanos eram apenas uns ‘macaquinhos abelhudos’.

    estudem e,…encontrarão

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