Em pleno coração da Cidade do México, uma equipa de arqueólogos descobriu vestígios do templo principal do deus do vento Ehecatl e uma parte de um campo do jogo de bola dos Astecas.
A descoberta foi feita por investigadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) numa rua lateral, atrás da catedral católica da era colonial espanhola que impera na Praça Zocalo, no centro histórico da Cidade do México. Os vestígios arqueológicos encontrados estavam no local onde existiu um hotel na década de 1950.
Os investigadores chegaram aos alicerces do templo do deus Ehecatl, em forma circular, e a uma pequena parte de um campo do jogo de bola, desporto de carácter ritual que se disputava no tempo dos Astecas.
Ao lado do campo, foram descobertas 32 vértebras do pescoço de homens, numa pilha, num indício de que terão sido mortes sacrificiais.
“Foi uma oferta associada ao jogo de bola, mesmo ao lado da escada”, explica o arqueólogo Raul Barrera em declarações divulgadas pela Reuters. “As vértebras ou pescoços vieram, seguramente, de vítimas que foram sacrificadas ou decapitadas“, acrescenta.
Jogo de bola sem pés e com sacrifícios humanos
Há registos de vários campos do jogo de bola em diversas zonas da América do Norte e Central, mas a maioria está situada no México. Este desporto, de carácter ritual, era conhecido por “ullamaliztli” entre os Astecas, enquanto os Maias lhe chamavam “pok-ta-pok“.
Os campos tinham, habitualmente, a forma de um I, com uma área comprida e estreita ao meio e duas paredes laterais inclinadas.
O objectivo do jogo era passar uma bola por entre um aro de pedra, geralmente colocado na vertical, naquilo que se assemelha a marcar um golo no futebol actual.
Os jogadores não podiam usar as mãos, nem os pés e tinham que atirar a bola com os braços, as ancas e as coxas.
O “ullamaliztli” podia desenrolar-se durante vários dias e terminava, habitualmente, com o sacrifício de elementos das equipas em disputa – ou dos vencedores ou dos derrotados, não há uma versão consensual relativamente ao que sucederia.
O jogo era visto como uma luta entre o bem e o mal, entre o Sol e a Lua. Os sacrifícios humanos visavam garantir que o bem ganhava e que o Sol se mantinha a iluminar a Terra.
Actualmente, e depois de algum período de esquecimento, o jogo de bola Asteca tem sido recuperado, com a organização de vários torneios no México. Já neste ano, a cidade de Teotihuacán acolheu o Segundo Torneio Meso-Americano de Bola Ulamaztli 2017, reunindo várias equipas do país.
Tal e qual como o futebol de hoje, tinha uma piada do cara,,,lho!