Arqueólogos descobrem restos mortais de tartaruga grávida em Pompeia

Parque Arqueológico de Pompeia

Restos de tartaruga gestante descobertos em Pompeia

Equipa de arqueólogos afirma que a descoberta lhe permite refletir sobre Pompeia na fase que se seguiu ao terramoto, mas antes da erupção, quando muitas casas estavam a ser reconstruídas.

Há quase 2.000 anos atrás, uma tartaruga grávida refugiou-se num lar abandonado em Pompeia. Mas depois o Monte Vesúvio entrou em erupção, cobrindo-a de rocha vulcânica e cinzas. Agora, uma equipa de arqueólogos a escavar a cidade antiga encontrou os restos da tartaruga com 5,5 polegadas de comprimento e o seu ovo.

As descobertas acrescentam mais detalhes ao que os peritos sabem sobre o período entre 62 da Era Comum (EC), quando Pompeia foi atingida por um terramoto, e 79 EC, quando foi devastada pela erupção vulcânica. Os arqueólogos descobriram os restos mortais numa parte da cidade que estava a ser reposta para banhos públicos.

A equipa antecipa que a tartaruga entrou num edifício demasiado danificado pelo terramoto para ser reconstruído, mas que ainda não tinha posto os seus ovos na altura da erupção do Monte Vesúvio. Tal como explica a Smithsonian, citando os arqueólogos, se as tartarugas não conseguirem encontrar um habitat adequado para depositar os seus ovos, podem efetivamente retê-los – mas se esperarem demasiado tempo, acabarão por morrer.

“Isto permite-nos refletir sobre Pompeia nesta fase após o terramoto, mas antes da erupção, quando muitas casas estavam a ser reconstruídas, toda a cidade era um local de construção e, evidentemente, alguns espaços estavam tão inutilizados que os animais selvagens podiam vaguear, entrar e tentar pôr os seus ovos”, explica Gabriel Zuchtriegel, diretor do sítio arqueológico de Pompeia.

Embora a tartaruga pudesse ter sido um animal de estimação doméstico, os especialistas dizem que o exemplar em causa era mais provável uma tartaruga selvagem que se tivesse deslocado do campo para a cidade. Depois de remover cuidadosamente os restos mortais do local, os investigadores vão estudá-los mais aprofundadamente no laboratório.

“Pompeia foi substancialmente destruída e não pôde ser reconstruída em todo o lado depois do terramoto”, aponta Mark Robinson, arqueólogo da Universidade de Oxford que trabalha no projeto de escavação de Pompeia. “A flora e fauna do campo circundante tinha-se mudado para a cidade”.

A erupção do Monte Vesúvio é considerado “o desastre natural mais armazenado da história”. Pompeia era uma cidade romana no que é hoje o sudoeste de Itália, sendo que na altura da erupção catastrófica era o lar de cerca de 10.000 a 20.000 pessoas. Embora muitos residentes de Pompeia e comunidades vizinhas tenham sido evacuados, calcula-se que 16.000 pessoas tenham morrido em consequência da catástrofe natural.

Os sobreviventes abandonaram a cidade, que estava coberta por uma espessa camada de rocha e cinzas. A manta vulcânica preservou Pompeia durante séculos, até que os exploradores descobriram a cidade congelada no tempo, em 1748. Hoje, os arqueólogos continuam a explorar o local, encontrando de tudo, desde cavalos a restos humanos até frescos detalhados. No mês passado, os investigadores conseguiram até sequenciar o ADN de um homem que morreu na cidade.

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