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Arqueólogo encontra dezenas de sítios maia graças a um mapa online gratuito

Vviktor / Pixabay

Templo de Kukulcán, localizado em Chichén Itzá – uma cidade arqueológica maia, no Iucatã

Um arqueólogo norte-americano descobriu 27 sítios maias com 3.000 anos graças a um mapa online gratuito, escreve o jornal The New York Times.

Takeshi Inomata, arqueólogo da Universidade do Arizona, nos Estado Unidos, utilizou um mapa LIDAR (Light Detection and Ranging), que encontrou online, em domínio público e totalmente gratuito no ano passado, conta o jornal norte-americano.

Estas revolucionária tecnologia, com um conjunto de vários lasers aéreos, permite “veratravés da vegetação, isto é, os cientistas podem procurar através de densas florestas sítios arqueológicos. Um processo que no passado levava décadas, pode agora ser concluído com a tecnologia LIDAR em dias a partir de imagens recolhidas num avião.

Trata-se de um sistema remoto que permite determinar a distância de um emissor laser a um objeto ou superfície recorrendo a um feixe de laser pulsado, gerando depois informações em três dimensões.

O mapa encontrado pelo arqueólogo foi publicado em 2011 pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México para que pudesse ser utilizado por empresas e cientistas, cobria 11.400 quilómetros quadrados dos Estados mexicanos de Tabasco e Chiapas.

Ao estudar o mapa, e apesar de a sua resolução ser baixa, Inomata conseguiu descobrir sítios arqueológicos até então desconhecidos – foram quase 30 construções antigas. Com estes locais descobertos, “podemos ver uma imagem muito melhor de toda a sociedade”.

À primeira vista, os locais em causa oferecem poucas evidências imediatas da sua escala e história, uma vez que os restos estão soterrados. Contudo, as novas descobertas podem revelar informações importante sobre as origens da civilização maia, podendo estas ser cruciais para compreender o seu desenvolvimento ao longo dos tempos.

“Se andar sobre os sítios arqueológicos, não se aperceberá”, disse o arqueólogo em declarações ao The New York Times. “[A área em causa] é tão grande que parece fazer parte da paisagem natural”, acrescentou.

Por sua vez, a antropóloga Daniela Triadan, também ouvida pelo diário norte-americano, descreveu o trabalho levado a cabo pela civilização maia na área como “impressionante”. “A massa de terra movimentada é inacreditável. Estas pessoas estavam a fazer coisas loucas”, disse, notando que cerca de uma centena de pessoas deve ter trabalhado em toda a região para cavar e carregar cestas de terra para construir as plataformas.

“Podemos ter populações relativamente móveis que colocaram muito esforço nestas grandes empresas comunitária”, rematou.

O trabalho de Inomata não foi ainda analisado e avaliado pelos pares, mas o arqueólogo apresentou já os resultados em quatro conferências científicas no ano passado.

Recentemente, foi também descoberta uma “cidade perdida” do Império Khmer sob a selva do Camboja graças à tecnologia LIDAR. A metrópole, conhecida como Mahendraparvata, representa, segundo os cientistas, um “enorme e extraordinário experimento inicial no chamado planeamento urbano”, sendo a primeira “cidade-grade” em larga escala que o Império Khmer construiu.

ZAP //

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