Arouca 1-2 Sporting | Sétima final e primeiro rugido “10” de sempre

Manuel de Almeida / Lusa

O Sporting é o primeiro finalista da edição desta época da Allianz Cup, na noite em que um craque somou o primeiro rating 10 “verde-e-branco” desde que há GoalPoint.

Numa partida em que voltou a mostrar duas caras, os comandados de Rúben Amorim dominaram a primeira etapa, que terminou com os níveis de loucura e de emoção nos píncaros, adormeceu na etapa final, o Arouca acordou, empatou por intermédio de Oday Dabbagh e a oito minutos dos 90 Paulinho bisou.

Os últimos instantes voltaram a ser emocionantes e impróprios para cardíacos, mas os “leões” alcançaram a 12.ª vitória na competição (e 7ª presença na final) e vingaram o desaire que sofreram na Liga Bwin aos pés dos nortenhos, que consentiram a primeira derrota na prova.

O adversário dos actuais bicampeões da Taça da Liga vai sair do confronto entre FC Porto e Académico de Viseu.

Foi uma final de primeira parte de loucos em Leiria. No período de descontos, o Arouca ainda festejou um golaço de Antony – mas o lance haveria de ser anulado pelo árbitro Fábio Veríssimo, após consulta do VAR, por mão na bola de Basso no início da jogada.

O duelo prosseguiu, foi assinalado livre directo pela infracção do capitão dos arouquenses e na sequência desse lance o… Sporting inaugurou o marcador: Nuno Santos descobriu Pote, este assistiu Paulinho que carimbou o sétimo “tento” em cinco encontros nesta edição da Taça da Liga.

O ambiente estava ao rubro na Cidade Lis, numa primeira parte em que assistimos a uma das melhores versões do Sporting no decurso desta temporada.

Os leões começaram a rugir bem cedo e ameaçaram o reduto contrário, alicerçados num futebol rápido, envolvente, de pressão constante, recuperação feroz da posse de bola, canalizando muitas das suas investidas pelos corredores, principalmente o esquerdo, onde envolvia sempre Matheus Reis, Nuno Santos e Pote.

No lado direito, Edwards estava num “mood” on. Aos dez minutos, a equipa de Alvalade já coleccionava cinco remates (dois no alvo).

Ugarte e Morita – a diferença que faz ter dois médios de ofício, libertando Pedro Gonçalves e deixando-o a jogar mais perto da área – ajudavam a asfixiar o Arouca, que à excepção de um lance nos primeiros segundos do encontro, que acabou por ser anulada por fora-de-jogo – e já em período de descontos no golo de Antony que acabou por ser invalidado, pouco fez em termos ofensivos.

A ineficácia verde ia mantendo o nulo, até que surgiu o tempo de descontos e o acerto do mal-amado Paulinho. Nuno Santos foi a unidade com melhor avaliação, fruto de dois remates (ambos enquadrados), nove passes progressivos, seis passes para finalização e um espectacular GoalPoint Rating de 8.7.

Se na etapa inicial o Arouca actuou na expectativa, remetido aos últimos 30 metros, na segunda parte, a atitude da equipa de Armando Evangelista foi diametralmente oposta, mais atrevida, subiu as linhas, foi mais agressiva a recuperar a posse e começou a ameaçar a baliza contrária com David Simão e Alan Ruiz em foco.

Por isso, quando o cruzamento de trivela de Ruiz encontrou Oday Dabbagh no coração da área para o empate, o desfecho não apanhou ninguém de surpresa.

O leão bipolar, como foi apelidado por Rúben Amorim há poucas semanas, reentrou em cena, após a apatia com que começou esta parte, Esgaio assustou aos 67’, mas Thiago defendeu, depois foi Opoku a obrigar Adán a mostrar reflecos.

Porro foi lançado e ficou a centímetros de marcar e dois minutos volvidos, Paulinho voltou a mostrar os dentes e bisou.

Numa fase frenética, David Simão viu o empate fugir-lhe por escassos centímetros. Num último suspiro, o Arouca foi em busca da felicidade, mas o Sporting aguentou a pressão e carimbou uma vaga na final do próximo sábado.

Melhor em Campo

O ala canhoto fez um “jogaço” e iluminou a presença leonina na final. Sempre ligado à corrente, Nuno Santos esteve envolvido em diversas acções e protagonizou um jogo de alto calibre, como atestam os nossos dados.

Autor de quatro remates (metade enquadrados), assistiu Paulinho para o tento inaugural, criou ainda mais duas ocasiões flagrantes de golo, chegou aos 11 passes para finalização (número que não está ao alcance de todos), criou 11 passes progressivos, três acções com a bola na área do opositor, quatro passes super progressivos e acertou metade dos seis centro que arriscou.

Uma exibição perfeita que justifica a nota máxima, um excepcional e restrito GoalPoint Rating de 10.0., o primeiro de sempre de um jogador ao serviço do Sporting e muito bem entregue a um jogador cronicamente subvalorizado por adeptos, analistas, opinadores e, pelos vistos, pelo mercado.

Resumo

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