Arménia e Azerbaijão negoceiam cessar-fogo. Houve 150 mortos em dois dias

Majid Haghdoust / Mehr News Agency / Wikimedia

Nikol Pashinian, primeiro-ministro da Arménia

A Arménia e o Azerbaijão acordaram um cessar-fogo para colocar fim aos confrontos, que nos últimos dois dias causaram 150 mortos de ambos os lados.

“Graças ao envolvimento da comunidade internacional, foi alcançado um acordo para a entrada em vigor de um cesar-fogo”, afirmou na quarta-feira o secretário do Conselho de Segurança arménio, Armen Grigorian, citado pelo Público. O Governo do Azerbaijão ainda não se pronunciou.

Nos últimos dois dias, o conflito em Nagorno-Karabakh reacendeu-se. A Arménia confirmou a morte de 105 soldados e o Azerbaijão de 50 militares. Estes confrontos são os mais graves desde 2020.

Os dois países disputam desde o final dos anos 1980 o controlo sobre Nagorno-Karabakh, um enclave habitado maioritariamente por arménios, mas que é internacionalmente reconhecido como parte integral do território azerbaijano.

Em 2020, uma guerra de seis semanas causou mais de 6700 mortes e só terminou com cedências territoriais por parte da Arménia. Um factor importante para o sucesso do Azerbaijão nesses confrontos foi o forte apoio militar concedido pela Turquia.

Na quarta-feira, milhares de arménios voltaram a sair às ruas para exigir a demissão deo primeiro-ministro, Nikol Pashinian, que acusam de estar a ceder às reivindicações do Azerbaijão perante a pressão internacional.

O primeiro-ministro disse ter enviado um pedido formal à Rússia para que forneça apoio militar ao abrigo de um tratado de amizade entre os dois países, além de ter requerido a assistência dos países que integram a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, uma aliança militar entre vários países da Ásia Central.

“Não vemos uma intervenção militar como a única possibilidade, porque também há opções políticas e diplomáticas”, disse Pashinian no Parlamento, indicando que a Arménia está disposta a assinar um tratado de paz com o Azerbaijão reconhecendo a integridade territorial do país, desde que este abandone regiões arménias.

ZAP //

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